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10 Anos

Vidas transformadas

Egressos 02

Juliana e Vagner, jovens formados pelo IFMS, são exemplos de como a educação
profissional técnica e tecnológica pode transformar a vida das pessoas.

O que você quer ser quando crescer? A pergunta, que faz qualquer criança voar longe com a imaginação, é o ponto de partida para as histórias que vamos contar.

Quando pequena, Juliana Arévalos Bordão gostava de desenhar plantas de casas e, por isso, acreditava que poderia trabalhar com arquitetura. A brincadeira de infância ficou na memória. A vida mostrou que era possível trilhar outros caminhos.

A protagonista desta história nasceu em Ponta Porã, município fronteiriço localizado na região sul de Mato Grosso do Sul e onde Brasil e Paraguai são separados apenas por uma avenida.

Para a menina que cresceu ouvindo a bisavó falar apenas guarani, sempre foi muito natural ver as pessoas atravessarem a fronteira entre dois países para trabalhar várias vezes ao dia. A percepção sobre a realidade que a cercava começou a ficar mais aguçada na adolescência.

O ingresso no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), no ano de 2013, foi um divisor de águas na vida de Juliana. Matriculada no curso técnico integrado em Informática, passou a cursar o ensino médio e a formação técnica ao mesmo tempo.

Tudo era novidade no IFMS: o regime de ensino semestral, o contato com professores mestres e doutores, a possibilidade de se envolver em atividades de pesquisa e extensão. Na instituição de ensino que tem como missão formar profissionais humanistas, o jeito de enxergar o mundo mudou. Foi a primeira grande transformação na vida de Juliana...

“Meus colegas tinham condições de vida, vivências e posicionamentos díspares e tive a chance de me sensibilizar diante de desafios que não eram parte da minha realidade. Durante minha passagem pelo IFMS, refleti acerca de meus valores e de como eu deveria aproveitar as oportunidades. Isso transformou profundamente a minha vida”.

O contato com a iniciação científica já no ensino médio, um dos principais diferenciais do IFMS, também fez Juliana ampliar os horizontes.

Ao desenvolver projetos, adquiri competências e habilidades. Escrevo de forma mais efetiva, tenho rigor e criticidade ao analisar argumentos e fontes, penso de forma esquemática e sei formular as perguntas que quero responder. Adquiri autonomia no processo de aprendizagem, o que é extremamente significativo pra mim”.

Nos quatro anos em que estudou no IFMS, Juliana acumulou uma série de experiências: desenvolveu pesquisa aplicada, participou de atividades de extensão, apresentou projetos em eventos científicos nacionais. Toda essa vivência contou ponto para que, em março deste ano, a técnica em Informática fosse aceita na Dartmouth College, universidade norte-americana localizada na cidade de Hanover fundada há quase 250 anos.

No IFMS, aprendi a lidar com um ambiente desafiador pautado pela excelência. Fui aceita em Dartmouth não só pelo potencial acadêmico e significativo envolvimento com atividades extracurriculares, mas pelo ser humano que me tornei e as experiências de vida que tive, e o Instituto desempenhou um papel central nesses aspectos”.

Em Dartmouth, Juliana tem interesse em cursos ligados a estudos da América Latina e do Caribe, ciência política, sociologia e estudos de gênero e sexualidade. Sobre a experiência de estudar em outro país, a jovem destaca a valoridzação do ser humano no processo de ensino-aprendizagem adotado pela instituição.

“Um dos aspectos que mais aprecio aqui é a preocupação com a saúde mental dos estudantes. Em um dos prédios há poltronas de massagem, livros para colorir e cachorrinhos com os quais podemos brincar. Nos sentimos acolhidos e respeitados. Essas iniciativas, a meu ver, são tão importantes quanto a qualidade do ensino”.

Sobre o futuro, Juliana enxerga uma vastidão de possibilidades e pode-se afirmar que todas têm, em algum ponto, relação com a formação adquirida no IFMS.

“Ou continuarei estudando, mestrado e doutorado, ou retornarei ao Brasil para trabalhar no setor público. A carreira diplomática me desperta bastante interesse. Não descarto, ainda, a possibilidade de me candidatar a cargos eletivos no legislativo”, planeja.

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Os caminhos de Vagner Felipe Bellaver e da educação profissional tecnológica se cruzaram na cidade de Coxim, no norte de Mato Grosso do Sul. Um encontro inesperado que o fez despertar para sua verdadeira vocação.

Filho de agricutor e dona de casa, Vagner nasceu em Assis Chateaubriand, no Paraná. Na infância, o “piá” não tinha lá muito interesse em inovações tecnológicas. Gostava mesmo era de jogar “bets” com os amigos, visitar os “nonos” e catar amora e mexerica direto no pé.

Sobre a tal pergunta: o que você quer ser quando crescer?, não se lembra de ter respondido muitas vezes, mas guarda na memória a vontade de servir a pátria. “Pensava em ser policial militar, bombeiro ou servir as Forças Armadas”, relembra.

Na adolescência, Vagner mudou-se com a família para Mato Grosso do Sul. Ao concluir o ensino médio, ingressou em Ciências Biológicas. Não se identificou com o curso. Em apenas três meses, abandonou a faculdade pra se dedicar ao sonho de infância.

“Nessa época, entrei para as Forças Armadas e não consegui conciliar com a faculdade. Servindo o Exército, participei da missão de paz no Haiti, em 2013. Foi minha realização como militar, um marco na minha vida. Mudei muito meus pensamentos após essa experiência”.

De volta à Coxim, Vagner estava decidido a fazer faculdade na área de Exatas. Tinha uma certa curiosidade por saber como funcionava a internet e, em 2015, ingressou no curso superior de tecnologia em Sistemas para Internet oferecido pelo IFMS. Não precisou de muito tempo para descobrir que estava no caminho certo.

“Após alguns meses de curso, percebi que era o ideal pra mim. Sempre quis trabalhar em algo que afetasse a sociedade de forma benéfica, que trouxesse melhorias para a vidas das pessoas e a internet possibilidade isso”.

Pouco mais de dois anos e meio depois, com o diploma de tecnólogo nas mãos, Vagner saiu em busca de espaço no concorrido mundo do trabalho. Listou competências, conhecimentos adquiridos e projetos desenvolvidos durante o curso, e disparou currículos na internet.

“Uma empresa de Belo Horizonte entrou em contato para informar que havia uma vaga de trainee. Depois de passar por diversos testes e entrevistas, fui contratado e, atualmente, sou analista de sistemas na CbCloud Consultoria em Sistemas de Informação, empresa conceituada e com a maior equipe técnica de Minas Gerais”.

A conquista da vaga é só um dos capítulos de uma trajetória profissional que tem tudo pra ser de mais sucesso ainda, e Vagner reconhece que o IFMS tem um papel fundamental nessa história.

“Um dos pontos que mais me chamaram a atenção no Instituto Federal é a infraestrutura oferecida aos estudantes para que possam praticar o que é ensinado em sala de aula, além do corpo docente, formado por profissionais com experiência técnica e científica que enriquecem de forma significativa a formação profissional”.

Aos 28 anos, o analista de sistemas que pouco tempo atrás chegou a ajudar o pai na roça, só guarda boas lembranças da instituição onde descobriu sua verdadeira vocação profissional.

“Lá, eu tive a felicidade de fazer amizades que levarei por toda a vida e vivi experiências acadêmicas incríveis. Ter estudado e fazer parte da história do IFMS é uma honra e satisfação”.