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Febrace 2019

Estudantes apresentam soluções web em evento científico nacional

IFMS apresentará 14 trabalhos na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, que será realizada entre os dias 19 e 21 de março, em São Paulo.
por Laura Silveira publicado: 08/03/2019 10h46 última modificação: 19/03/2019 10h31

No ano passado, o IFMS conquistou 12 prêmios no evento - Foto: arquivo.

Utilizar a tecnologia para ajudar pessoas, salvar vidas ou facilitar o trabalho de profissionais em diversas áreas. Esses são os objetivos de quatro dos 14 projetos desenvolvidos no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) que serão apresentados na edição 2019 da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). 

Será a oitava participação consecutiva da instituição no evento, organizado pela Universidade de São Paulo (USP), e que este ano será realizado entre os dias 19 e 21 de março, na capital paulista. 

“Diante de um problema social, o feminicídio, queremos que as mulheres possam ser ajudadas e, para isso, optamos pela ativação do aplicativo por meio de comando de voz”, explicou a estudante Maria Paula.

Na lista de projetos do IFMS na Febrace, quatro apresentam soluções web sobre diferentes problemas.

Do Campus Campo Grande, o representante é o “SOS Mulher: aplicativo de proteção à mulher para casos de estupro e violência”, desenvolvido por Maria Paula Santos, Rhanna Souza e Luan Moreira, todos já formados no curso técnico integrado em Informática. O orientador é o professor Jiyan Yari.

A ideia do aplicativo surgiu durante uma aula sobre empreendedorismo em que foi proposta a criação de um produto com bem social. O grupo se propôs, então, a salvar vidas.

“Há um problema social muito presente, o feminicídio, então queremos que as mulheres possam ser ajudadas. Ao contrário do chamado 'botão de pânico', optamos pela ativação do aplicativo por meio de comando de voz”, explicou Maria Paula.

Entenda melhor o funcionamento do aplicativo SOS Mulher:

Atualmente, o grupo está desenvolvendo o API (Application Programming Interface) de voz – para reconhecimento das palavras-chave. A intenção é finalizar o trabalho para que o aplicativo possa ser utilizado pela sociedade.

“A expectativa é que a gente consiga credenciamento para outros eventos, como a Intel ISEF, e que alguém goste do projeto e queira investir nele, porque realmente queremos torná-lo realidade”, comentou Maria Paula.

Outro projeto do IFMS que busca auxiliar pessoas é o “Força em Rede: rede de comunicação online para portadores de câncer”, da estudante Mara Cristina Ribeiro, 18, de Três Lagoas.

A jovem perdeu um amigo com câncer no cérebro, e percebeu a importância da troca de informações entre pacientes durante o tratamento da doença.

"No tratamento contra o câncer, também há o sofrimento psicológico. Daí tive a ideia de criar uma rede social, facilitando o contato entre pacientes por meio do uso da tecnologia", explicou a estudante Mara Ribeiro.

"Percebi nele um sofrimento físico, mas também psicológico, de não entender o porquê da doença. Daí tive a ideia de ajudar outras pessoas, criando uma rede social, porque daí elas não precisam se descolocar de casa, facilitando o contato com outros pacientes por meio do uso da tecnologia", explicou Mara.

A página Força em Rede será dividida em duas áreas: uma para rede social e outra de caráter informativo, com informações sobre saúde, moda, alimentação, tratamento, direitos, atividade física, entre outros temas.

No sétimo semestre do curso técnico integrado em Informática, esta é a segunda vez que Mara participa da Febrace com o projeto. A previsão é que até final deste mês o sistema seja disponibilizado. 

"Para participar da rede social, o paciente fará um pré-cadastro informando onde realiza o tratamento contra o câncer. Profissionais voluntários nesses locais terão acesso ao sistema para validarem o cadastro. Quando as pessoas recebem o diagnóstico ficam com muitas dúvidas, e nada melhor do que outro paciente para trocar informações", apontou.

Confira o vídeo onde Mara explica o trabalho e fala sobre as expectativas por participar de mais uma Febrace:

Outras áreas - Também com o intuito de ajudar, surgiu a ideia do projeto "Web Antropométrica”, desenvolvido por Rômulo Dias, 17, técnico em Informática para Internet formado pelo Campus Naviraí do IFMS.

O jovem criou um sistema que automatiza a avaliação antropométrica, ou seja, faz o cálculo, indica o percentual de gordura e mostra se o paciente está acima, abaixo ou de acordo com os padrões de gordura, conforme  a idade.

"Criei uma plataforma web para ajudar os profissionais da área de Educação Física a realizar as avaliações antropométricas de maneira mais rápida e eficaz", explicou o estudante Rômulo Dias. 

"O professor de Educação Física do IFMS fazia avaliações, mas eram muitas fórmulas e números, então quis ajudá-lo. Foi assim que decidi criar uma plataforma web para ajudar os profissionais da área a realizar as avaliações antropométricas de maneira mais rápida e eficaz", explicou o agora acadêmico de Ciência da Computação.

Na área da Botânica, Danielli Siqueira e Lívia Lamar, ambas com 18 anos e egressas do curso técnico em Informática do Campus Nova Andradina, desenvolveram o “Stomata Analyzer: aplicação web para análises estomáticas quantitativas”, com orientação do professor André Violin e coorientação de Fernanda Junglos.

As jovens perceberem as dificuldades que os pesquisadores têm em fazer a contagem de estômatos - pequenas aberturas presentes na epiderme das plantas – ao calcularem o índice e densidade estomáticas. Resolveram, então, criar uma aplicação semi-automatizada para auxiliar nessas análises. A contagem é feita por meio de uma imagem.

A quantidade de estômatos, segundo Lívia, ajuda a definir espécies de plantas, ou para ver se a planta se adaptou a certas condições ambientais, como poluição atmosférica, umidade e radiação solar.

"Como a aplicação ainda é semi-automatizada, o usuário que deverá fazer a contagem, clicando em cima dos estômatos com o lado esquerdo do mouse e as células epidérmicas com o lado direito. O índice e a densidade são calculados automaticamente. E os dados da análise podem ser enviados diretamente para uma planilha do Excel”, explicou.

A expectativa para a Febrace é ganhar experiência e conhecer estudantes de outros locais do Brasil.

“Estou indo à Febrace pela experiência de ver outros projetos, ter contato com estudantes do país todo. Isso agrega muito, só de estar lá vai ser incrível!”, ressaltou a estudante Danielli Siqueira.

"Já participei de feiras locais, regionais e nacionais, mas essa é a primeira vez que vou à Febrace. Não estou indo por causa dos prêmios, mas pela experiência de ver outros projetos, ter contato com estudantes do país todo. Isso agrega muito, só de estar lá vai ser incrível!”, ressaltou Danielli.

Outros projetos - O IFMS também vai levar à Febrace 2019 outros dez projetos sobre temas variados, dentre os quais linguagem, saberes indígenas, inclusão, pesquisas da área de alimentos, potencial antibiótico de baratas, armazenamento de soja, paisagismo, entre outros.

Os trabalhos foram credenciados nas Feiras de Ciência e Tecnologia realizadas pelo IFMS, na Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul (Fetec/MS), em outros eventos realizados no estado, ou selecionados diretamente pela comissão organizadora da Febrace.

Até 19 de março, a série de reportagens #PartiuFebrace2019 explicará os projetos de pesquisa desenvolvidos no IFMS e que serão apresentados no evento. 

Os trabalhos representam nove campi: Aquidauana (1 projeto), Campo Grande (1), Corumbá (1), Coxim (4), Jardim (1), Naviraí (1), Nova Andradina (2), Ponta Porã (1) e Três Lagoas (2).

Além dos 14 projetos de pesquisa do IFMS, outros 11 de diversas instituições de ensino públicas e privadas representam Mato Grosso do Sul no evento.

Febrace - Com 12 prêmios conquistados no ano passado, o IFMS passou a acumular 88 premiações em sete anos consecutivos de participação no evento.

A mostra brasileira de projetos pré-universitários reúne trabalhos de estudantes dos ensinos fundamental, médio e técnico de escolas públicas e privadas de todo o país.

O evento é realizado desde 2003 pela Escola Politécnica da USP, com objetivo de aproximar estudantes de nível médio da realidade das universidades, estimulando assim a pesquisa científica.

Além de premiar os melhores projetos, a Febrace credencia trabalhos para participação em eventos internacionais, como a Intel ISEF (Feira Internacional de Ciências e Engenharia), realizada anualmente nos Estados Unidos.

Mais informações estão disponíveis na página oficial da Febrace