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Mostratec 2018

Estudantes são credenciados para eventos científicos internacionais

Premiação na edição 2018 da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) credenciou estudantes do IFMS para participação em feiras científicas nos Estados Unidos e Emirados Árabes.
por Juliana Aragão publicado: 08/11/2018 08h34 última modificação: 08/11/2018 12h50

Estudantes dos campi Corumbá e Coxim do IFMS foram premiados na Mostratec 2018 - Foto: Divulgação

O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) foi destaque na edição 2018 da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), realizada entre os dias 22 e 26 de outubro, em Novo Hamburgo (RS). Trabalhos apresentados por estudantes de Corumbá e Coxim foram premiados com credenciamentos para eventos científicos internacionais.

Uma das pesquisas foi apresentada por Maria Aparecida Silva, 18, estudante do curso técnico em Metalurgia em Corumbá. A jovem desenvolveu um espuma cerâmica, material usado como revestimento refratário de fornos industriais, cuja matéria-prima é 100% reciclável.

"Nós desenvolvemos a espuma cerâmica a partir de garrafas de vidro que coletamos nas ruas e terrenos baldios de Corumbá e também com o fino do carvão vegetal, um rejeito das carvoarias, na pesquisa, foi utilizado como o agente espumante", explicou Maria.

"Nós desenvolvemos a espuma cerâmica a partir de garrafas de vidro e também com o fino do carvão vegetal, um rejeito da indústria siderúrgica que, na pesquisa, foi utilizado como o agente espumante", explicou a  estudante Maria Aparecida, do Campus Corumbá.

Para chegar ao resultado desejado, a estudante chegou a sair às 22h do laboratório do IFMS. "Inicialmente, fiz 200 amostras. Só que os poros ficaram muito abertos, então comecei tudo de novo. Ao todo, foram 600 amostras em três meses. Acredito que tenha ficado bem caracterizado".

Na Mostratec 2018, a estudante do IFMS conquistou o 1º lugar entre os trabalhos da área de Engenharia de Materiais, o 1ª lugar entre todas as pesquisas de Engenharia e o principal prêmio do evento: a credencial e a viagem para participar da Intel ISEF 2019 (Feira Internacional de Ciências e Engenharia), que será realizada no Arizona (EUA), em maio de 2019.

O orientador, Felipe de Oliveira, destaca que a metodologia foi o diferencial do trabalho. "Na área de espumas, há uma grande variação nos resultados e a estudante se propôs a fazer um alto número de amostras. O estudo ficou bastante aprofundado, é um trabalho acima da média entre os estudantes do técnico integrado".

Conservação do caldo de cana - O outro projeto credenciado para um evento científico internacional foi desenvolvido pelo estudante do curso superior de tecnologia em Alimentos do Campus Coxim do IFMS, João Víctor de Andrade dos Santos, 18, quando ele cursava o ensino médio na Escola Estadual Viriato Bandeira.

Na época, o estudante queria encontrar solução para um problema vivido diariamente pelo pai, vendedor de caldo de cana. "Meu pai tinha que colher a cana todos os dias porque não havia como conservar o caldo produzido".

Sem laboratório para fazer as análises químicas e biológicas, a escola fez uma parceria com o IFMS. Sob orientação do professor do ensino médio, Lucas Gandra, e a coorientação de Angela Kwiatkowski, professora do Instituto Federal, o estudante executou com sucesso a primeira etapa da pesquisa.

"Nós desenvolvemos uma técnica nos moldes da pasteurização e encontramos o tempo ideal de aquecimento e resfriamento do produto. Com os resultados, o caldo de cana fica conservado e apto para consumo por até 20 dias", explicou João, que desenvolveu o trabalho com a colega de sala, Maria Eduarda Gobbi Pereira.

"Com base em uma técnica aplicada nos moldes da pasteurização,  encontramos o tempo ideal de aquecimento e resfriamento do caldo de cana, o que permite a conservação do produto por até 20 dias", explicou o estudante do Campus Coxim, João Víctor.

Em  uma segunda etapa, João e Maria Eduarda descobriram que a técnica de conservação também seria capaz de inativar o Trypanossoma cruzi, protozoário presente no barbeiro, inseto causador da doença de Chagas muito comum nos canaviais.

Nessa fase, os estudantes também receberam coorientação de Aline dos Santos Garcia Gomes, professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e pesquisadora conveniada da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).

Os resultados da pesquisa garantiram premiação na Mostratec 2018. O trabalho ficou em 1° lugar na área de Biologia Celular, Molecular e Microbiologia e foi credenciamento para representar o Brasil na MILSET Expo-Sciences International 2019, feira que será realizada em setembro, nos Emirados Árabes.

A coorientadora do trabalho pelo IFMS explica que um dos diferenciais da pesquisa é sua aplicabilidade. "É um método  acessível ao produtor do caldo de cana. Ele não precisa de altas tecnologias, como possuem as indústrias de sucos. É algo acessível, eficaz e que garante a possibilidade de armazenar o produto", destacou Angela.

Eficiência do Samu - Outro trabalho, também desenvolvido por estudantes do Campus Coxim do IFMS, ficou em 4º lugar nas áreas de Matemática e Física da Mostratec 2018, e ainda recebeu a credencial para participar da Mostra Internacional Científica e Cultural, que será realizada em julho, no Rio Grande do Norte.

Sob orientação e coorientação dos professores Fernando Alves e Ricardo de Oliveira, respectivamente, os estudantes do curso técnico em Informática Eitor de Paiva, Mariana Nogueira e Thiago Ferronatto criaram um modelo matemático para tornar mais eficientes as rotas das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Coxim.

Com o auxílio da ferramenta Google Maps, foram determinadas todas as coordenadas de latitude e longitude das esquinas da cidade e, em seguida, calculadas as distâncias entre essas esquinas. Com esse cálculo matemático, os estudantes chegaram às rotas mais eficientes. 

Experiência - Para os estudantes do IFMS que participaram da Mostratec 2018 e não foram premiados, a experiência de estar em uma mostra internacional valeu como prêmio.

Foi o caso de Diogo Areco, 16, que desenvolveu um kit de robótica de baixo custo para que as escolas possam utilizar nas aulas de Matemática, Física e Artes. O trabalho foi desenvolvido com Wolker Dias, acadêmico da licenciatura em Computação e Walef Soares, que faz o curso técnico em Manutenção e Suporte em Informática.

Pela primeira vez em uma feira internacional fora de Mato Grosso do Sul, Diogo só trouxe experiências positivas.

"Tive a oportunidade de ter contato com pessoas de outros países, com culturas e conhecimentos diferentes, e também com profissionais de grande empresas que atuam na área em que estudo. Além disso, recebi dicas dos avaliadores para melhorar o projeto. O grande prêmio foi a experiência que vivi".

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