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Dia Mundial da Água

Pesquisa do IFMS monitora qualidade da água na Bacia do Alto Taquari

Monitoramento é feito por estudantes da Licenciatura em Química do Campus Coxim. Literatura pesquisada indica que o estudo seria pioneiro na Região Norte do Estado.
por Juliana Aragão publicado: 22/03/2018 16h13 última modificação: 22/03/2018 16h13
IFMS
Previsão é que sejam monitorados rios e córregos de todos os municípios que formam a bacia - Foto: Divulgação

Desde 2015, um projeto de pesquisa desenvolvido no Campus Coxim do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) monitora a qualidade da água de rios e córregos que formam a Bacia Hidrográfica do Alto Taquari. Com 28 mil km², essa é uma das principais bacias que banham a região pantaneira.

A pesquisa "Avaliação da Qualidade das Águas da Microrregião do Alto Taquari" é desenvolvida por estudantes do curso superior de Licenciatura em Química, sob a orientação do professor Hygor Rodrigues de Oliveira.

"A região do Alto Taquari é banhada por diversos córregos, rios e cachoeiras que atraem turistas, fora que Coxim é o principal ponto de pesca amadora da região, considerada inclusive a "Capital do Peixe". Esse trabalho, além de incentivar os estudantes a fazer iniciação científica, dá um retorno à população sobre a qualidade das águas e do pescado consumido na região", explicou o orientador.

Até o momento, os estudos ficaram concentrados nos rios e córregos que banham a cidade de Coxim, mas a previsão é analisar a qualidade da água em todos os municípios que compreendem a Bacia do Alto Taquari.

No primeiro plano de trabalho, executado em 2015, foram analisadas as águas do Córrego Fortaleza. No ano seguinte, os estudantes que participaram da pesquisa fizeram estudos nos córregos do Salto e da Onça, e também no Rio Jaburu. Desde 2017, são monitoradas as águas superficiais da nascente do Córrego Criminoso, além de peixes do Rio Taquari.

A pesquisa analisa parâmetros físico químicos da água, como pH, oxigênio dissolvido, turbidez, cor, dureza, condutividade elétrica, cloretos, alcalinidade e sólidos totais, além da concentração de metais potencialmente tóxicos ao ser humano como cádmio, chumbo, cobre e níquel.

"Como não estamos realizando análises microbiológicas, não vamos quantificar o índice de qualidade da água. O que fazemos é monitorar essa qualidade por meio de parâmetros físico químicos. Na literatura, não encontramos relatos de qualquer outro estudo nesse sentido na região", explicou Hygor.

A estudante Jéssica Mota analisa a quantidade de metais tóxicos no pescado do Rio Taquari - Foto: Divulgação

Na prática - Um dos planos de ação da pesquisa está sendo executado por Jéssica Girello Mota, aluna do 5º semestre da Licenciatura em Química. Até julho deste ano, a acadêmica é responsável por fazer a análise de metais pesados em peixes da Bacia do Alto Taquari, na micro-região de Coxim.

A estudante explica que são analisadas as concentrações de cádmio, chumbo, cobre e níquel no trato digestivo e no músculo dos exemplares de pescado. 

"Fizemos a análise de um exemplar de Dourado, e havia uma grande quantidade de ferro. Em relação aos outros metais, os níveis eram baixos. Agora, vamos fazer novas análises e o cálculo para especificar quanto uma pessoa pode consumir por semana do pescado do Rio Taquari para que ela não tenha uma contaminação por metais, que em grandes quantidades podem provocar distúrbios no ser humano", detalhou Jéssica.

Na visão da acadêmica, a iniciação científica é essencial para a formação na Química. "A pesquisa me ajudou muito na disciplina de Química Analítica, por exemplo, porque fiz cálculos baseando-me em uma análise real, e não fictícia. Ao conhecer um caso real, tudo ficou mais fácil", ponderou.

O outro plano de ação da pesquisa com vigência até julho deste ano está sendo executado por Paulo Eduardo da Silva Gomes. O estudante de Química é responsável por fazer a análise de metais pesados nas águas superficiais do Córrego Criminoso, em Coxim.

Para desenvolver a pesquisa, os acadêmicos recebem do IFMS bolsas mensais no valor de R$ 400,00, via Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic).