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Covid-19

Materiais de prevenção ao coronavírus são feitos em impressoras 3D

Iniciativa dos campi Campo Grande e Dourados visa produzir protetores faciais para profissionais da Saúde.
por Cleyton Lutz publicado: 26/03/2020 15h29 última modificação: 03/04/2020 11h05
  • Em Campo Grande, as impressões têm sido feitas para que os protetores possam auxiliar profissionais da Saúde

  • Protetores buscam evitar o contágio daqueles que trabalham em contato direto com pacientes

  • Em Dourados, a impressão está em fase final e logo será distribuída aos profissionais

  • Testes foram feitos para identificar que tipos de protetores eram mais adequados

Com o aumento no número de casos do novo coronavírus e a disseminação da doença por todo país, algumas iniciativas têm sido desenvolvidas nos campi do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) como parte do combate à Covid-19. 

Utilizando as impressoras 3D disponíveis nas unidades do Instituto, em Campo Grande e Dourados se iniciou a produção de protetores faciais (face shields), dispositivos que servem para resguardar o rosto e que complementam a proteção individual dos profissionais da área da Saúde. 

No caso do coronavírus, eles visam garantir maior segurança para aqueles que tenham contato com pessoas infectadas, diminuindo a possibilidade de contágio.

Na Capital, a produção dos dispositivos tem sido feita com materiais da própria unidade, em parceria com a empresa do ramo, Imprima 3D. As primeiras unidades feitas foram entregues ao Corpo de Bombeiros, em Campo Grande. Até o momento já foram impressas cerca de 300 peças.

As atividades ocorrem na residência dos servidores responsáveis e na sede da empresa, uma vez que os campi do IFMS seguem sem atividades presenciais

“Estamos sendo procurados por algumas instituições, que inclusive têm se disponibilizado para providenciar os insumos. As impressoras estão em funcionamento na produção de dois tipos de protetores faciais. A tendência, de agora em diante, é que a demanda seja maior e mais constante. Essa é a resposta mais rápida que podemos dar no momento”, explica o diretor-geral do Campus Campo Grande, Dejahyr Lopes Júnior. 

“Estamos em contato com muitas pessoas e existe a sugestão de itens como válvula para respirador, que permitiria que um aparelho atendesse mais pacientes, e até peças para a fabricação dos respiradores. Se for preciso, faremos o desenho, desenvolveremos e iremos imprimir", aponta o professor Matheus Neivock.

Um dos idealizadores da iniciativa, Matheus Neivock, professor de Mecânica da unidade e responsável pela impressão dos protetores, destaca o contato com as instituições demandantes e a possibilidade de que passem a ser produzidos outros itens para o tratamento da doença.

“As ‘face shields’ são a demanda mais urgente. Até que existam outras, seguiremos com foco nelas, mas estamos em contato com muitas pessoas e existe a sugestão de itens como válvula para respirador, que permitiria que um aparelho atendesse mais pacientes, e até peças para a fabricação dos respiradores. Se for necessário, faremos o desenho, desenvolvermos e iremos imprimir. Veremos o que será mais necessário”, aponta. 

A expectativa é de que, além do Corpo de Bombeiros, os protetores impressos no campus possam atender ainda órgãos e entidades como Hospital do Câncer, Secretaria Municipal da Saúde (Sesau) e Conselho Regional de Enfermagem (Coren/MS), entre outros.

Dourados - O campus também tem atuado na prevenção à Covid-19. Assim como na Capital, a unidade está imprimindo protetores, utilizando equipamentos e materiais próprios. A inciativa atende a uma demanda do escritório técnico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para Mato Grosso do Sul. 

“A impressão tem seguido as recomendações da OMS [Organização Mundial da Saúde]. Através dos testes e da validação, buscamos desenvolver um artefato que possa se adequar da melhor maneira à necessidade dos profissionais”, ressalta o professor de Informática do Campus Dourados, Evandro Falleiros, um dos responsáveis pela impressão, junto com outro docente da área, Rodrigo Devigo. 

“São vários aspectos a serem observados como, por exemplo, a qualidade da peça, a efetividade e a área de proteção. Tudo isso é importante, devido ao grande período de tempo que os profissionais usarão os protetores”, complementa.

“A ação materializa um dos valores do IFMS, que é o compromisso social no enfrentamento do coronavírus, contribuindo para a proteção da população. É uma oportunidade para mostrar que estamos disponíveis para auxiliar com o conhecimento que temos”, ressalta o diretor-geral do Campus Dourados, Carlos Vinícius Figueiredo.

Após a realização de testes, no momento está sendo feita a impressão dos primeiros protetores, que em breve serão distribuídos aos demandantes. Já existe a solicitação de 60 peças. Os pedidos de impressão são encaminhados pela Fiocruz ao IFMS, de acordo com a necessidade das instituições do Estado. 

A ideia é que as impressões possam auxiliar profissionais do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS), Hospital Regional de Dourados e demais hospitais da região, entre outros.

Para o diretor-geral do Campus Dourados, Carlos Vinícius Figueiredo, a iniciativa faz parte do compromisso que o Instituto tem junto à comunidade. “A ação materializa um dos nossos valores que é o compromisso social no enfrentamento do coronavírus, contribuindo para a proteção da população da Grande Dourados. É uma oportunidade para mostrar que estamos disponíveis para auxiliar com o conhecimento que temos”.

Mais informações sobre as ações do Instituto podem ser conferidas na página IFMS contra o coronavírus.