Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Estudante cria dispositivo que indica melhor ponto para colheita de hortaliças

Ponta Porã

Estudante cria dispositivo que indica melhor ponto para colheita de hortaliças

Pesquisa desenvolvida no IFMS foi premiada em quatro feiras científicas, e acaba de ser selecionada para edição 2018 da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec).
por Cleyton Lutz publicado: 05/09/2018 12h16 última modificação: 05/09/2018 12h16
Celso Costa Trabalho já foi premiado em quatro feiras científicas

Trabalho já foi premiado em quatro feiras científicas

A ideia de aplicar recursos computacionais para reduzir perdas na agricultura deu origem ao projeto “Verduíno”, desenvolvido no Campus Ponta Porã do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). O resultado foi a criação de um dispositivo eletrônico que determina o momento ideal para a colheita de hortaliças. 

A pesquisa foi desenvolvida pela estudante Diana Liz Rolão, como trabalho de conclusão do curso técnico integrado em Informática, sob a orientação dos professores Celso Costa e Lucas Rodrigues. 

Premiado na Feira de Ciência e Tecnologia da Fronteira (Fecifron), Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências (FETEC/MS) e Feira de Ciências e Engenharias (FECEN), o projeto acaba de ser reconhecido também na Feira de Rondônia Científica de Inovação e Tecnologia (Ferocit), encerrada no último dia 31, em Porto Velho (RO).  

O trabalho recebeu o credenciamento para a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), que será realizada em Novo Hamburgo (RS), no mês de outubro.  

Produtividade – O “Verduíno” surgiu com a proposta de construir um dispositivo eletrônico que se baseasse na plataforma Arduíno, utilizando um sistema embarcado que determine quando devem ser colhidas as hortaliças, evitando perdas. Pesquisas apontam que de 35% a 45% dos vegetais produzidos no Brasil são desperdiçados, no processo que vai da classificação até a utilização pelo consumidor final. 

A pesquisa se baseia no uso de sensores para aferição de parâmetros relacionados aos fatores produtividade, rendimento, evolução, crescimento e alteração da cadeia produtiva.  

“Como o campus possui cursos técnicos integrados em Agricultura e Informática, o projeto surgiu da multidisciplinaridade e do diálogo que pode ser estabelecido entre as duas áreas, propondo a resolução de um problema que afeta a agricultura”, explica Celso Costa, professor de Informática do Campus Ponta Porã. 

Para desenvolver o projeto foram realizados testes experimentais e o aprimoramento do dispositivo. Os estudos foram feitos nos laboratórios de hardware e solos do IFMS, tendo a rúcula como espécie usada no experimento. 

Dispositivo – Utilizando-se de sensores, o “Verduíno” faz a coleta de dados periodicamente. O sistema leva em consideração o biomonitoramento da emissão de gases no processo de respiração, permitindo que se identifique o melhor momento para a colheita. 

“O dispositivo faz a leitura do gás carbônico presente na planta e na medida em que o nível se eleva, sabemos que ela está evoluindo, uma vez que o gás carbônico é indispensável no processo de fotossíntese. Quando esse nível se estabiliza, determina-se o ponto ideal para a colheita”, detalha o também professor de Informática, Lucas Rodrigues.

Os sensores também medem outros fatores como temperatura e umidade, e a proposta é aprimorar o dispositivo.

“Pretendemos imprimir uma caixa em formato 3D para reduzir o tamanho do protótipo, facilitando o manuseio, a realização de testes e a utilização”, destacou Diana, que recentemente concluiu o curso técnico em Informática. No período em que desenvolveu o “Verduíno”, a estudante também atuou como bolsista de extensão do IFMS.  

Os resultados obtidos apontam para a aplicação do dispositivo na agricultura visando a diminuição das perdas, manutenção da produtividade e qualidade.  

“O monitoramento do comportamento respiratório do cultivo gerou indicadores positivos na detecção ideal da colheita das hortaliças. Dessa forma, é possível diminuir significativamente as possíveis perdas de material produtivo no pós-colheita, favorecendo a produção”, encerrou Diana.

registrado em: , ,