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Febrace 2019

IFMS lidera número de projetos apresentados em evento nacional

Com 14 finalistas, IFMS é a instituição da Rede Federal com o maior número de projetos na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que tem início nesta terça-feira, 19, em São Paulo.
por Juliana Aragão publicado: 19/03/2019 13h50 última modificação: 21/03/2019 12h25

Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) é a instituição da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica que reúne o maior número de projetos de pesquisa finalistas na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). A edição 2019 do evento científico, considerado o maior de ensino médio do país, teve início nesta terça-feira, 19, na capital paulista.

Estudantes do IFMS apresentam 14 projetos em 12 diferentes áreas: Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Ciência da Computação, Botânica, Educação Física, Educação, Sociologia, Agronomia, Microbiologia, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Matemática, Arquitetura e Urbanismo, e Materiais e Metalúrgica.

A diversidade de áreas pesquisadas e o alto número de projetos finalistas são, na visão do pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFMS, Marco Naka, resultado de um trabalho de estímulo à produção científica.

"O IFMS abre oportunidades para que os estudantes desenvolvam pesquisas multidisciplinares, o que permite que diferentes vocações sejam potencializadas. As feiras organizadas anualmente pelos campi também são elementos motivadores, uma vez que criam a cultura de participação em eventos científicos locais, estaduais, nacionais e, em alguns casos, até internacionais", ressaltou o pró-reitor.

Um dos projetos finalistas do IFMS trata da "Aplicação de sensores microcontrolados no monitoramento do armazenamento de soja em silo bolsa" e é desenvolvido pelos estudantes do curso técnico em Informática de Nova Andradina, Carlos Daniel Machado, João Eduardo dos Santos, ambos com 18 anos, e Shellen Ortney, 17.

Sob orientação dos professores Fernando da Conceição e Renato Garcia, os estudantes criaram um sistema para evitar perdas de grãos em silos bolsas.

"Dados da Embrapa revelam que as perdas em silos bolsa são exorbitantes, o que poderia ser evitado por meio do monitoramento dos grãos. Nós, então, desenvolvemos um sistema com a aplicação de sensores", explicou Carlos Daniel.

"Dados da Embrapa revelam que as perdas nesse tipo de silo são exorbitantes, o que poderia ser evitado por meio do monitoramento dos grãos armazenados. Desenvolvemos um sistema com a aplicação de sensores. Atualmente, a pesquisa tem os desafios de reduzir o sistema a uma pequena cápsula, para não ser tão invasivo, e de utilizar o wi-fi e não o bluetooth, como está sendo usado", explicou Carlos Daniel.

O estudante, que pela primeira vez participa de um evento científico nacional, destaca os benefícios que a iniciação científica trouxe à vida dele.

"A experiência é contagiante porque buscamos cada vez mais aprender com o que estamos tendo contato. Se não fosse o IFMS, seria apenas mais uma ideia. É maravilhoso ter recursos para realizar um trabalho que terá efeitos no âmbito social e cultural. Nessas feiras das quais participamos, abre-se um novo horizonte de conhecimento", destacou Carlos.

Neste vídeo, Carlos Daniel, João Eduardo e Shellen dão mais detalhes da pesquisa:

Outro projeto apresentado na Febrace é o que prevê o "Planejamento logístico para otimização do atendimento de saúde e segurança pública móvel em Coxim (MS)", desenvolvido pelos estudantes do curso técnico em Informática do IFMS no município, Eitor de Paiva, Mariana Nogueira, ambos com 18 anos, e Thiago Ferronatto, 17.

A pesquisa, que tem como orientadores os professores Fernando Alves e Ricardo de Oliveira, utiliza a Matemática Aplicada para otimizar o atendimento móvel de saúde e segurança pública.

"Nós criamos uma aplicação gráfica capaz de orientar o atendente sobre a localização do cidadão, que será enviada via GPS, o que poupará o tempo do atendimento. Pretendemos salvar a maior quantidade de vidas possível", explicou Eitor.

"Nós criamos uma aplicação gráfica capaz de orientar o atendente sobre a localização do cidadão, que será enviada via GPS junto de um pré-cadastro, o que poupará o tempo do atendimento. Pretendemos, assim, salvar a maior quantidade de vidas possível e facilitar o serviço daqueles que tanto nos ajudam", explicou Eitor.

O projeto, que ficou em 4º lugar entre as pesquisas da área de Matemática e Física na edição 2018 da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), pretende inovar os serviços móveis no país.

"A modelagem matemática já foi concluída e boa parte do aplicativo também está pronta. A proposta é de uma tecnologia que, se de fato funcionar como o planejado, trará grande inovação aos sistemas de cálculo de rotas, abrindo portas para a otimização de muitos outros serviços que envolvam o uso de rotas em mapas", finalizou o estudante.

Saiba mais sobre a pesquisa no vídeo gravado pelos estudantes Eitor, Mariana e Thiago:

Da área da Arquitetura e Urbanismo, o IFMS apresenta o projeto "Tapete verde e árvores frutíferas: uma proposta de paisagismo escolar", desenvolvido pelas estudantes do curso técnico em Edificações de Jardim, Maria Vitória dos Santos, 16, Bianca Cheres, 18, e Alessandra Cacho, 15.

Sob orientação dos professores Mário César Bier e Cibele Fonseca, as jovens decidiram criar uma área de convivência para estudantes e servidores do campus, baseando-se em pesquisas sobre paisagismo escolar.

"Inicialmente, foi preciso melhorar o solo do campus com o plantio de plantas pioneiras, como o feijão de porco. Com o solo em melhores condições, já foram plantadas árvores frutíferas como goiabeira, abacateiro, tangerina e pitangueira", explicou Bianca.

"Inicialmente, foi preciso melhorar o solo do campus, que era extremamente seco, com o plantio de plantas pioneiras, como o feijão de porco. Com o solo em melhores condições, foram plantadas árvores frutíferas como goiabeira, abacateiro, tangerina e pitangueira", explicou Bianca.

A segunda etapa do projeto é a paisagística, e já está em andamento. "Demarcamos os espaços com as pedras, arrecadamos as madeiras para os pergolados e também os pneus. Falta a execução do paisagismo, pois estamos em fase de arrecadação dos materiais. Será uma área de convivência com bastante ventilação e contato com a natureza".

Neste vídeo, as estudantes Maria Vitória, Bianca e Alessandra falam sobre a pesquisa e a expectativa para a Febrace:

A estudante do curso técnico em Eletrotécnica de Três Lagoas, Ester Mariana de Oliveira, 16, apresenta um projeto da área de Materiais e Metalurgia que busca "Uma nova alternativa para a síntese da bio cerâmica hidroxiapatita". A orientação é dos professores Maycon Rotta e Kleber Penteado.

Quando produzida em laboratório, a bio cerâmica hidroxiapatita - mineral que compõe cerca de 70% do osso humano - pode ser utilizada em implantes ou substituição óssea, e também na área ambiental.

"A pesquisa busca produzir essa bio cerâmica de forma mais rápida, barata e com a utilização de menos reagentes. No nosso caso, a ideia é utilizar esse material na área ambiental, para retirar metais pesados da água", detalhou Ester.

A estudante explica que quase todas as etapas do plano de trabalho para o primeiro semestre de 2019 estão concluídas. "Posteriormente, daremos início a novos testes de tempo e temperatura nas amostras, além de iniciarmos as análises quanto à pureza do material, finalizou.

Na primeira vez em um evento científico nacional, Ester afirma que fazer pesquisa transformou a vida dela. "Aumentou minhas responsabilidades e confiança, e diminuiu muito minha timidez".

Confira no vídeo as expectativas da estudante para a Febrace 2019:

Mostra Virtual - Os trabalhos do IFMS estão em votação na Mostra Virtual de Projetos. Para votar, basta escolher a área do projeto ou fazer uma busca pelo nome da instituição. O estudante que conseguir mais curtidas receberá um prêmio.

Quer votar nos projetos do IFMS? Então seguem os links dos projetos divididos por campus:

 #partiuFebrace2019 - A série de reportagens detalhou, com o apoio de vídeos gravados pelos próprios estudantes, os 14 projetos do IFMS finalistas no evento.

A primeira reportagem apresentou quatro pesquisas da área de tecnologia que podem ajudar pessoas, salvar vidas ou facilitar o trabalho de profissionais em diversas áreas.

Os trabalhos na área de inclusão foram o enfoque da segunda reportagem, quem mostrou projetos com temáticas como linguagens, preconceito e preservação de saberes indígenas.

As pesquisas da área de alimentos finalistas na maior feira do país foram destaque da terceira reportagem.

Os vídeos gravados pelos estudantes estão disponíveis no Facebook do IFMS.

Além dos projetos de pesquisa do IFMS, outros 11 de diversas instituições de ensino públicas e privadas representam Mato Grosso do Sul no evento.

Febrace Com 12 prêmios conquistados no ano passado, o IFMS passou a acumular 88 premiações em sete anos consecutivos de participação no evento.

A mostra brasileira de projetos pré-universitários reúne trabalhos de estudantes dos ensinos fundamental, médio e técnico de escolas públicas e privadas de todo o país. A edição deste ano segue até a próxima quinta-feira, 21, com a cerimônia de premiação prevista para o dia seguinte.

O evento é realizado desde 2003 pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), com o objetivo de aproximar estudantes de nível médio da realidade das universidades, estimulando assim a pesquisa científica.

Além de premiar os melhores projetos, a Febrace credencia trabalhos para participação em eventos internacionais, como a Intel ISEF (Feira Internacional de Ciências e Engenharia), realizada anualmente nos Estados Unidos.

Mais informações estão disponíveis na página oficial da Febrace.