Você está aqui: Página Inicial > Perfil do Servidor > Líncio Júnior Assunção Nogueira

ENTREVISTA

Líncio Júnior Assunção Nogueira

Assistente em administração e chefe de gabinete do Campus Dourados
por Osvaldo Sato publicado: 27/04/2017 09h40 última modificação: 23/05/2017 09h12

Chefe de gabinete do Campus Dourados, Líncio Júnior Assunção Nogueira é um profundo conhecedor do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). Em quatro anos, o servidor passou por nada mais nada menos do que três campi.

Aprovado no primeiro concurso da instituição, tomou posse em 2010 como assistente em administração no Campus Nova Andradina, onde moravam os pais. Em 2013, problemas de saúde o levaram a solicitar transferência para o Campus Ponta Porã. No ano seguinte, por meio de outro edital de remoção, retornou para a cidade de origem, Dourados.

O servidor acompanhou todo o processo de implantação do IFMS no Estado e passou por diferentes setores da área administrativa, como patrimônio e almoxarifado. Foi ainda assistente de alunos e responsável pelo alojamento estudantil, e ocupou cargos de coordenador de Gestão Acadêmica (Cogea) e da Central de Relacionamento (Cerel), o que lhe atribuiu um amplo conhecimento sobre a instituição.

Com tanta experiência no IFMS, Líncio faz questão de destacar a importância do papel do gestor para que a engrenagem de todos os setores funcione bem. O servidor também aponta a gestão por competência um fator determinante para que se eleve a qualidade do trabalho desenvolvido.

Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos com especialização Lato Sensu em Orientação para Educação, está por concluir um último semestre do bacharelado em Direito. Quando não está na faculdade ou no IFMS, Líncio aproveita o tempo livre ao lado da esposa e do filho de cinco anos em sua cidade natal, onde finalmente poderá “fincar raízes”.

Na entrevista a seguir, saiba um pouco mais sobre a trajetória desse servidor multicampi do IFMS!

Quando você prestou concurso já conhecia a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica?

Não, pois ingressei no primeiro concurso do IFMS, do edital publicado em 2009, e tomei posse em 2010, em Nova Andradina. Não tinha experiência na área de educação e só fui conhecer a nossa realidade quando comecei a trabalhar na Cerel [Central de Relacionamento]. Pude me inteirar sobre educação profissional e as oportunidades que os Institutos Federais abrem para que os jovens possam estudar e se qualificar em uma instituição de qualidade e gratuita. Participar dessa missão faz eu me sentir um profissional satisfeito, realizado.

Na época, pouco se sabia sobre o Instituto Federal. Como ficou sabendo do concurso?

Meus pais queriam muito que eu voltasse para Nova Andradina, onde moravam, e me mostraram o edital, indicaram o conteúdo programático. Meu pai chegou com um monte de livros, apostilas e me incentivou a prestar o concurso.

Quais foram os principais desafios enfrentados no início das atividades do IFMS?

Uma das principais dificuldades encontradas quando ingressamos em Nova Andradina é que pouco conhecíamos sobre as atribuições dos cargos e funções existentes. Como tínhamos pouca experiência, tivemos que buscar em outras instituições as melhores práticas. Para implantar o alojamento, fomos até o interior do Paraná para conhecer e entender como gerir um residencial estudantil. Outros setores também buscaram capacitação e melhores práticas de outras instituições, até para e definirmos nossas atribuições e podermos gerir os processos, dar andamento aos trabalhos.

Depois de Nova Andradina, você passou por Ponta Porã e agora Dourados. O que foi possível trazer dessa experiência em três diferentes campi?

Por questões de saúde, pedi remoção para o Campus Ponta Porã, mas depois de um ano, por meio de um edital de remoção, surgiu a oportunidade de vir para Dourados. O que pude perceber em todos é que temos servidores comprometidos, excelentes profissionais, determinados, e quando a gestão consegue gerir esse potencial, alcançamos nossos objetivos e temos servidores felizes.

E como você recebeu a notícia sobre a abertura de remoção para Dourados, sua cidade de origem?

Quando viemos para Dourados foi como se tivéssemos ganho um prêmio, pois temos aqui muitos familiares, o que aumentou nossa qualidade de vida. Sou muito família, e aproveito o tempo livre para passear com minha esposa e meu filho. Gostamos muito de andar de bicicleta. Dourados é nossa cidade e aqui plantamos raízes.

Você passou por diversas experiências profissionais dentro da instituição. Qual o seu olhar sobre o IFMS?

Temos todo um processo até chegarmos a nossa atividade-fim, o ensino. Esse só consegue se concretizar se tiver todos os recursos necessários, como livros, laboratórios, manutenção, etc. Participei de diversos setores e posso confirmar a importância de termos um setor administrativo comprometido para que o docente possa lecionar. Todos os setores têm sua importância para chegarmos a nossa finalidade.

E qual a importância da gestão neste processo?

É fundamental para que os setores funcionem de forma harmoniosa. Acho que uma gestão por competência nos leva a ter servidores comprometidos, felizes, e ainda diminui a possibilidade de erros. Aqui em Dourados temos essa preocupação, da Cogep [Coordenação de Gestão de Pessoas] encaixar o servidor no que melhor se adapta a seu perfil.

O diálogo se torna ainda mais importante, na sua avaliação?

Sim, tem que haver uma troca entre gestão e servidores. Por exemplo, estamos muito animados com a oportunidade de participarmos do edital de seleção para o mestrado em Portugal, que é uma forma de apoio e incentivo que não encontramos em outras instituições. Isso é motivador para nosso quadro de pessoal, nos dá forças para continuarmos trabalhando com alegria.

Como foi o convite para atuar como chefe de gabinete?

Quando fui convidado pelo professor Carlos [diretor-geral do Campus Dourados] para assumir a função, a princípio achei que que não seria capaz, por não ter experiência alguma. Sabia da grande responsabilidade de um chefe de gabinete, tendo em vista a atuação dos servidores na função. Fora a insegurança de trabalhar direto com um diretor com a formação em Letras/Inglês, por saber de seu cuidado com a escrita. Após ter aceitado, agradeci imensamente pela confiança e ressaltei que seria um grande desafio, mas como sempre o professor Carlos, muito humano e educado, disse que estaria me apoiando e instruindo. Estou há um ano e dois meses na função.

Quais os principais desafios da função?

A função de chefe de gabinete é um constante desafio, pois todos os dias surgem demandas que precisamos resolver. A minha atuação é assessorar diretamente o professor Carlos, cuidar da agenda dele, despachar documentos, representá-lo em reuniões internas e externas, marcar reuniões com outras instituições, acompanhar o andamento do campus e sempre estar pronto para atender os novos desafios que surgem. Agradeço a Deus por ter uma equipe competente que desenvolve suas atribuições com excelência. Refiro-me à servidora Alexandra Lara de Souza [secretária executiva] e à Jaqueline Castro [apoio do gabinete]. Por fim, a experiência que estou tendo na função, os desafios superados e a busca por conhecimento para o aperfeiçoamento tem me surpreendido. Hoje, sei que sou capaz, consegui combater o terrível medo de achar que não seria. Achava que qualquer pessoa poderia assumir a função, menos eu. Levarei essa gratidão pelo aprendizado de estar na função para toda vida.

Como você vê o futuro de nossa instituição?

O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul cresceu muito, hoje temos dez campi e somos reconhecidos no Estado, no país e até no exterior, onde nossos estudantes já levaram nosso nome. Isso se dá devido à oferta de educação de qualidade, seja de nossos docentes e dos diversos apoios existentes, como psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e setores administrativos que dão suporte para nossa oferta. Em Dourados, temos grande procura por nossos cursos, mas vejo que cada vez mais os jovens irão desejar entrar na instituição. Mesmo que estejamos em um bairro que ainda sofre preconceito, mas é aqui que faremos diferença.

A presença do campus em um bairro periférico pode contribuir para que o IFMS cumpra sua missão social?

É isso o que queremos, atingir aqueles que acreditavam não ter acesso à educação de qualidade e gratuita. Para isso, focamos nossa divulgação em bairros distantes, mostrando para as comunidades que todos têm oportunidade de estudar conosco.