Você está aqui: Página Inicial > Perfil do Servidor > Daniela Matté Amaro Passos

ENTREVISTA

Daniela Matté Amaro Passos

Auxiliar em administração e pró-reitora de Desenvolvimento Institucional do IFMS
por Paulo Gomes publicado: 17/08/2016 16h00 última modificação: 18/08/2016 13h48

Nossa entrevistada desta quinzena é daquelas pessoas que usa e abusa do sorriso para se comunicar. O bom humor no trato diário com os colegas e no modo como encara a vida é a principal característica da personalidade de Daniela Matté Amaro Passos, auxiliar em administração e atual pró-reitora de Desenvolvimento Institucional do IFMS.

Natural de Erechim (RS), Daniela é servidora pública federal desde 1989. Ingressou na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) como auxiliar em administração e foi redistribuída para Mato Grosso do Sul em 2008.

Como primeira servidora técnico-administrativa do IFMS, a bem-humorada pró-reitora já passou por diversas funções na instituição. Com a experiência de 27 anos no serviço público federal, dá uma bela dica aos novatos!

Nesse bate-papo cheio de risadas, Daniela também explica como o perfil extrovertido ajudou na carreira, fala do relacionamento com a família e das paixões pelos cachorros, por viagens e pela música.

Leia e, literalmente, divirta-se!

Como foi a decisão de ser servidora pública? Isso já faz 27 anos.

A decisão partiu do meu pai. Ele me inscreveu para o concurso. A UTFPR [Universidade Tecnológica Federal do Paraná] Campus Medianeira foi a primeira unidade da UTFPR Capital, Curitiba. Era tudo muito novo e se parecia com o que a gente está vivendo aqui no IFMS. Era uma instituição antiga, mas que não tinha sido disseminada no interior do Estado e o pessoal ainda não a conhecia. A maior herança que meu pai deixou para os filhos foi o estudo, ele não tinha condição de proporcionar outra coisa e falou: “vou te inscrever”. Ele sempre teve a preocupação de que eu estudasse num período e fizesse atividade no outro. Eu sempre estava fazendo balé, datilografia, violão. Como eu já estava na faculdade, acho que ele tinha a preocupação que eu já estivesse engrenando com alguma profissão. Foi uma escolha do meu pai que eu agradeço imensamente.

Você é feliz aqui?

Muito feliz com a escolha.

Mas você passa a sensação de que seria feliz em qualquer lugar.

A gente que procura sempre estar bem com tudo que faz. Se eu não estivesse bem, mesmo com 27 anos de serviço, eu estaria procurando a felicidade. Acho que nós temos muita vida pela frente ainda. Nada melhor do que estar encarando desafios e fazendo o que gosta. Senão as coisas não vão para frente, você não inspira ninguém e não consegue nada nessa vida.

Como é sua família?

A minha família é bem grande, graças a Deus. É a definição de família ideal! Meu pai e minha mãe sempre me apoiaram em tudo que eu quis fazer, desde pequena, mesmo sabendo que eu ia quebrar a cara. A pergunta sempre era: é isso que você quer para você? Você tem certeza? A partir do momento que eu falava que sim, eles já diziam que iriam me apoiar. Tanto na decisão de mudança de Medianeira para Curitiba, como todas as outras decisões, sempre tive apoio incondicional, mesmo eles achando que não era o melhor para mim. A minha família é minha âncora, meu tudo.

Você disse que teve uma frase que te marcou quando foi de Medianeira para Curitiba, e depois de Curitiba para Campo Grande, que foi: “você tem o perfil”. O que você caracteriza como esse perfil que a trouxe até aqui?

Sabe que até hoje eu não sei o que as pessoas veem em mim (risos). Acho que pensam: “essa aí tá sempre rindo, então vou levar porque pelo menos me aborrecer eu não vou” (risos). Nas duas mudanças foi praticamente o mesmo slogan: “nós estamos precisando de uma pessoa com o seu perfil de desafio, de encarar, de proatividade, de sempre querer ajudar”. As duas frases que mais me marcaram nos dois convites que eu tive foram: “olha, nós confiamos no seu trabalho e nós acreditamos no potencial que ainda tem a desenvolver, e nós precisamos exatamente de uma pessoa com esse perfil, desafiador”.

Como foi sua chegada a Campo Grande? Foram dois desafios. Primeiro você saiu de Medianeira para Curitiba, do interior para uma metrópole. Depois, você estava em uma instituição consolidada e veio pra cá. Como foi?

Essas duas mudanças foram encaradas como desafios. Nossa vida inteira – e essa é uma frase do meu pai – é feita de momentos e você tem que aproveitar os momentos. Então, eu vivo o hoje. Tenho uma preocupação, sim, no que as minhas ações vão refletir para o futuro, mas eu encaro o desafio porque sei que se eu não conseguir, tenho como retroceder, porque foi um convite que foi feito. Não tenho dúvida da minha capacidade porque gosto muito de aprender sempre. Por isso encarei com tanta naturalidade essas duas mudanças. Quando mudei de Medianeira pra Curitiba, eu era muito jovem. Foi mais preocupação mesmo de amadurecimento. Tudo era muito novo, desafiador. Tinha uma certa preocupação com segurança. Era uma menina criada no interior indo pra Capital. Foi bem diferente quando veio o convite de eu vir de Curitiba para Campo Grande. Eu já era uma mulher madura, com quase 40 anos, e eu queria aprender mais ainda porque era um desafio. Eu não fui convidada para uma coisa que eu estava habitualmente acostumada a fazer, mas tinham apostado muito na minha capacidade e aí foram outros tipos de preocupação. Mas, sempre encarei muito naturalmente porque falei assim: “nada nessa vida a gente não pode retroceder, se você não dá conta de alguma coisa, você agradece a oportunidade e dá oportunidade a outras pessoas”. Mas, achei que aquele era o meu momento e vim, graças a Deus...

O que mudou na sua vida pessoal depois que você chegou a Campo Grande?

Então... aí, eu comecei a viver de verdade (risos). Olha, eu acho que tem o peso da idade também, né? A gente tá falando muito em amadurecimento. Cada vez mais a gente tá amadurecendo e aprendendo com as pessoas. Morei mais de 15 anos na Capital [Curitiba]. Era uma vida cheia de receios de segurança, e também eu trabalhava em uma instituição centenária. Não que eu não pensasse, mas eu não vislumbrava um crescimento. Não por não achar que eu não tinha capacidade, mas porque eu sabia que tinha muitas outras pessoas na minha frente pra galgar todos esses degraus. Então, eu falei: “a oportunidade profissional minha é agora, estão me dando essa oportunidade que aqui talvez chegue, mas vai demorar um pouco mais, então eu vou encarar isso e vou começar”. Essa foi a parte do trabalho, a mais motivadora. E aqui é calor! Eu adoro o sol, adoro o verão, muito mais que o frio. Eu sempre morei em apartamento na minha vida. Achava lindo as minhas amigas morarem em casa, que tinha quintal, que tinha cachorro. Era um sonho pessoal mesmo. Era o serviço como uma novidade, a vida pessoal como uma novidade, morar em casa, vir pro calor. E adorei, me apaixonei por essa cidade. Gosto também de pescar, apesar de eu ser muito urbana ainda. Meu marido brinca comigo: “a Dani gosta de pescar, desde que tenha grama sintética e que não tenha mosquito” (risos). Ainda me sinto bem urbana, mas procuro acompanhá-lo nas coisas que ele gosta de fazer. Eu me apaixonei pelo Estado, pelas pessoas daqui. Gostava de Curitiba também, mas aqui eu visualizei uma vida muito mais ideal pra mim do que eu penso hoje pra uma mulher mais madura, até pra curtir a terceira idade que vem por aí.

E sua família aumentou aqui em Campo Grande?

Aumentou! Eu tenho dois cachorros lindos. Trato como filhos, sou apaixonada por eles. É a Meg e o Cadu. São dois labradores. Como não tenho filhos, no tempo em que não estou a trabalho, eu me dedico ao meu marido, e em segundo lugar a minha dedicação é a eles. Mas é bem capaz dele falar que os cachorros são em primeiro lugar (risos).

E eles aprontam muito?

Eles são muito bonzinhos. São arteiros, mas foram muito bem educados. E como a gente trata como seres humanos, eles entendem tudo que a gente fala. É impressionante!

Você diz que quando faz viagens longas, leva os cachorros. Como é essa aventura?

Como eles fazem parte da família, em viagens de mais de cinco dias eles não ficam em casa. Tenho um ritual de passar o ano novo e o natal com a família em Santa Catarina. Tiro os bancos traseiros, coloco o cinto de segurança nos cachorros, um colchonete e eles viajam junto comigo e com o meu marido.

E eles curtem?

Adoram! Eles já sabem que quando a gente tira os bancos é porque vão junto. É uma alegria a noite inteira, quase não dormem. Nas primeiras viagens a gente levou tranquilizante para eles dormirem, mas a gente nunca precisou dar. Sempre que eles querem tomar água ou ir ao banheiro, levantam e lambem a orelha da gente e a gente já sabe que tem que parar.

Você também gosta de música. Como é a sua paixão pela música?

É uma afinidade de família. O meu pai sempre foi metido a cantor. Era técnico em contabilidade, mas desde o exército ele cantava nas festas, tinha uma bandinha. Ele ganhou um concurso uma vez e até gravou um disco de vinil. Meu tio também já foi músico de banca. É uma tradição familiar a gente se reunir aos domingos e, depois do almoço, a família inteira canta. Como a gente morou no interior, sempre tem festivais de música. O pessoal via que eu era afinada. Aprendi a tocar violão sozinha, tinha algum dom. Cantei em festivais e ganhei muitos na região. A paixão foi aumentando, mas nunca foi um sonho de ser uma profissão. É um hobby. Tanto que quando fui para Curitiba, tive a oportunidade de entrar no Conservatório de MPB, que é muito difícil. Comecei a investir nisso para o meu bem-estar, não como profissão. Por isso, talvez (risos), esse papo de eu andar no carro e colocar música alta, e cantar como uma louca, e de repente as pessoas estarem olhando para mim e morrendo de dar risada. A música inspira as pessoas, transforma o teu estado de espírito. Acredito muito no poder da música, seja ela de qualquer estilo. Quem gosta do sertanejo, quem gosta do clássico, quem gosta do MPB, independente do estilo. Se eu acordo pela manhã e não me sinto muito bem disposta, a primeira coisa que eu faço é ligar o som de casa alto. Quando pego o carro para vir para o trabalho, meu estado de espírito já mudou.

Para que os novatos do IFMS cheguem aos 27 anos de trabalho como você chegou, com esse sorriso no rosto, o que você diria?

Para a maioria das pessoas o serviço público é o primeiro emprego. Então, elas não sabem muito bem o que querem. Elas têm que buscar se conhecer melhor para saber se o que fazem está realmente realizando ela como profissional, porque só a partir do momento em que você faz o que gosta consegue interagir e fazer com o que o serviço flua. No nosso caso é a missão, visão e valores do IFMS. Proporcionar um estudo de qualidade, formar um profissional capacitado com dignidade para trabalhar no mercado de trabalho. Então, a pessoa tem que estar fazendo o que gosta e o resto deixa acontecer naturalmente.