Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Campus realiza debate voltado à questão indígena no MS

Nova Andradina

Campus realiza debate voltado à questão indígena no MS

Aberto a toda a comunidade, evento promovido na quarta-feira, 25, contou também com palestras e exibição de filme sobre a temática.
por Cleyton Lutz publicado: 26/04/2018 11h13 última modificação: 26/04/2018 12h15
Exibir carrossel de imagens Evento contou com palestras, debate e exibição de vídeo sobre a temática

Evento contou com palestras, debate e exibição de vídeo sobre a temática

O Campus Nova Andradina do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) promoveu na quarta-feira, 25, na Câmara Municipal, o evento “Povos Indígenas de MS: culturas e movimento social”, voltado à causa indígena e aos conflitos agrários no Estado. A programação contou com palestras e debate sobre a temática.

Realizada pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da unidade, a atividade faz alusão ao Dia do Índio, comemorado em 19 de abril.

A professora de Sociologia do Campus Nova Andradina, Silvana Sanches, que atuou como mediadora do debate, explica que o objetivo foi aproveitar o mês de abril para problematizar a situação enfrentada pela população indígena em todo o país e, em especial, em Mato Grosso do Sul.  

“Nossa ideia foi propor uma discussão sobre a situação indígena no Estado, o contexto histórico, político e social em que eles vivem. Isso passa pela luta por seus direitos e a forma como se organizam em movimentos sociais, em prol da demarcação de suas terras e das manifestações culturais”, apontou a professora de Sociologia do Campus Nova Andradina, Silvana Sanches.

“Nossa ideia foi propor uma discussão sobre a situação indígena no Estado, o contexto histórico, político e social em que eles vivem. Isso passa, com certeza, pela luta por seus direitos e a forma como se organizam em movimentos sociais, em prol da demarcação de suas terras e das manifestações culturais”, apontou.

Além dos estudantes do campus, participaram do debate os pesquisadores Diógenes Cariaga e Eliel Benites, que contaram suas experiências acadêmicas, no desenvolvimento de pesquisas sobre a temática, e na atuação junto aos movimentos sociais. 

Benites, que é doutorando em Geografia e professor do curso de Licenciatura Intercultural “Teko Arandu” da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD),  procurou destacar o contexto vivido pelos indígenas no Estado. 

“Precisamos saber quem é esse indígena que está no MS, a diversidade étnica e a importância dela, caracterizando as diferentes etnias que existem por aqui. Também é necessário contextualizar a luta pela terra, e consequentemente pela dignidade, um direito constitucional, mas que vem sido criminalizada por setores da sociedade e da mídia”. 

Já Cariaga – doutorando em Antropologia e que também realiza consultorias, assessorias e trabalhos técnicos de caráter antropológico – abordou temas como os direitos indígenas, tanto no aspecto territorial quanto na proteção, e a promoção de questões geracionais e culturais.

“Atividades como esta são fundamentais para melhorar a relação dos espaços de formação escolar e acadêmica, pois possibilitam trazer um debate que nem sempre é realizado para um público mais amplo”, enfatizou o pesquisador  Diógenes Cariaga, que participou do debate. 

“Atividades como esta são fundamentais para melhorar a relação dos espaços de formação escolar e acadêmica, pois possibilitam trazer um debate que nem sempre é realizado para um público mais amplo, cumprindo o tripé do ensino público que é o ensino, a pesquisa e a extensão”, enfatizou.

Temática - Motivos para observar com atenção a situação da população indígena no Estado não faltam, ressaltou a professora Silvana Sanches.

“Segundo dados, temos a segunda população indígena do país, mas ela está em apenas 15% das terras. Historicamente, os indígenas acabaram confinados em reservas, o Estado brasileiro sequer respeitou a divisão entre as etnias. Outro dado alarmante é de que, de acordo com pesquisas recentes, mais da metade dos assassinatos de lideranças indígenas ocorre no MS, sem contar os altos índices de mortalidade infantil e incidência de suicídio”, finalizou.

No evento promovido pelo Campus Nova Andradina, os participantes também assistiram à exibição do documentário “Povos Indígenas: conhecer para valorizar”, produzido pelo Museu Índio do Rio de Janeiro, e puderem realizar perguntas aos convidados. 

Outros campi - Além do Campus Nova Andradina, atividades em alusão ao Dia do Índio foram realizadas em Corumbá e Ponta Porã

Atualmente, o IFMS conta com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), que tem a função de auxiliar no direcionamento de estudos, pesquisas e ações de extensão que promovam a reflexão sobre as questões étnico-raciais. 

Vinculado às Direções de Ensino, Pesquisa e Extensão dos campi do IFMS, sob as diretrizes da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), o Neabi também busca contribuir para a implementação da exigência legal que obriga incluir no currículo escolar a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

O Núcleo é formado por docentes, estudantes, técnico-administrativos e membros da comunidade externa. Mais informações, como objetivos, competênciasregulamento, podem ser consultadas na página do Neabi.

registrado em: , ,