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Técnico Integrado

Coxim implementa mudanças para reduzir evasão na Educação de Jovens e Adultos

Com duração menor, projeto experimental de curso em Manutenção e Suporte em Informática visa atender a particularidades da modalidade Proeja.
por Laura Silveira publicado: 06/06/2019 08h37 última modificação: 06/06/2019 09h18

Duração menor, atividades multidisciplinares fora de sala de aula e menos unidades curriculares por semestre. Essas são algumas das mudanças implementadas no curso técnico integrado em Manutenção e Suporte em Informática na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), que será ofertado pelo Campus Coxim do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) a partir do segundo semestre.

Neste tipo de curso, os ingressantes devem ter 18 anos ou mais e o ensino fundamental completo. Os concluintes obtêm o certificado do ensino médio e também ficam aptos ao exercício profissional.

“O Proeja é um programa importante que atende a jovens e adultos que concluíram o ensino fundamental e procuram obter uma qualificação profissional, da qual, em geral, são excluídos", ressaltou o diretor de Educação Básica do IFMS, Paulo Dutra.

“O Proeja é um programa importante que atende a jovens e adultos que concluíram o ensino fundamental e procuram obter uma qualificação profissional, da qual, em geral, são excluídos. Como os índices de evasão são altos nesta modalidade, as mudanças visam diminuir tais números e atender a esse público carente de qualificação”, ressaltou o diretor de Educação Básica do IFMS, Paulo Dutra.

O curso tem, originalmente, duração de três anos. O projeto-experimental do Campus Coxim reduz para dois anos. Além disso, a principal mudança é a implementação do chamado tempo social, que será contabilizado como hora-aula.

Metade da carga horária do curso será realizada em sala de aula e o restante com possibilidade de ocorrer em espaços externos à instituição.

“O tempo social contempla atividades diferenciadas que os estudantes realizam fora da escola. Essas atividades são elaboradas  pelos  professores, em reuniões semanais, e visam à integralização dos conteúdos estudados em sala de aula. Semanalmente os alunos apresentam aos docentes o trabalho desenvolvido no tempo social”, explicou a diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campus Coxim, Paula Vianna.

Metodologia - O planejamento das atividades será feito semanalmente pelo corpo docente do curso. Elas deverão integrar os conteúdos das unidades curriculares do semestre corrente, e podem abranger desde oficinas, visitas técnicas, projetos de extensão e pesquisa, até a participação em eventos, palestras, entre outras.

A diretora explica que a metodologia foi criada pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e já está sendo aplicada por outros institutos federais.

Essa metodologia é adotada em vários projetos pedagógicos de cursos do IFSC. Eles têm obtido bons resultados de permanência e êxito dos estudantes. Inclusive outros institutos federais também têm implantado o tempo social e conseguido bons resultados”.

A equipe pedagógica do Campus Coxim pretende, na primeira semana de aulas, conhecer o perfil dos estudantes matriculados, por meio de entrevistas, para que sejam divididos em grupos na realização das atividades do tempo social. Espera-se dividi-los em três grupos: os que trabalham na área do curso, os que trabalham fora da área e os que não trabalham.

Outras mudanças - Além do tempo social, outras mudanças previstas incluem a diminuição de unidades curriculares por semestre. Antes, eram de 12 a 14 disciplinas, agora serão apenas seis semestralmente. Com isso, o estudante tem menos trabalhos e avaliações para fazer.

Além disso, juntou-se a carga horária de cada disciplina num mesmo semestre, no intuito de facilitar a compreensão do conteúdo por parte do aluno e também para que os professores responsáveis pelas unidades possam acompanhar melhor o desenvolvimento deles.

Outra mudança é que o curso terá aulas apenas de segunda a quinta-feira. As sextas-feiras e os sábados ficarão disponíveis para que os estudantes possam desenvolver as atividades do tempo social.

A cada semestre finalizado, o aluno também poderá receber um certificado de qualificação profissional. Ao final do curso – após dois anos – ele é certificado como técnico em manutenção e suporte em informática.

“O público do Proeja geralmente é mais velho, pessoas que já estão há algum tempo sem estudar, que têm família, trabalham. Essa metodologia vem para poder proporcionar flexibilidade na realização do curso”, afirmou o coordenador do curso, Angelino Caon.

Evasão - Além de proporcionar uma formação profissional mais adequada aos estudantes, as medidas visam, ainda, diminuir os índices de evasão, que são nacionalmente altos no que diz respeito aos cursos Proeja.

“O público do Proeja geralmente é mais velho, pessoas que já estão há algum tempo sem estudar, que têm família, trabalham. Elas têm muita vontade de aprender e de concluir o curso, mas é mais difícil devido à realidade que enfrentam. Essa metodologia vem para poder proporcionar flexibilidade na realização do curso”, afirmou o coordenador do curso de Manutenção e Suporte e Informática do Campus Coxim, Angelino Caon.

A oferta de cursos Proeja é um dos objetivos dispostos na Lei nº 11.892/2008, que criou os Institutos Federais.

Segundo dados da Plataforma Nilo Peçanha com ano base de 2018, o IFMS registrou 235 matrículas em cursos Proeja, sendo 118 estudantes ingressantes, mas apenas cinco concluintes.

A modalidade também consta como Meta 10 do Plano Nacional de Educação (PNE), que traz a obrigatoriedade de oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional. Atualmente, a meta está longe de ser alcançada: o percentual atual de matrículas a nível nacional é de apenas 2,8%, de acordo com o monitoramento oficial do PNE.

Vagas abertas - As inscrições para o curso já estão abertas e seguem até 17 de junho. Os interessados devem se inscrever pela Página do Candidato da Central de Seleção. São ofertadas 40 vagas, no período noturno.

A oferta é viabilizada pelo edital nº 039/2019, que também oferece outras 160 vagas nos cursos técnicos integrados em Administração (Aquidauana), Edificações (Jardim), Informática para Internet (Jardim) e Manutenção e Suporte em Informática (Corumbá).

Os candidatos inscritos deverão comparecer no campus onde concorrem à vaga, no dia 26 de junho, para participar da reunião de apresentação dos objetivos do curso e confirmar o interesse na vaga. A seleção dos inscritos será feita mediante sorteio eletrônico, marcados para o dia seguinte.

O resultado final e a primeira chamada para matrículas ocorrem no dia 3 de julho, com matrículas no dia 8. A previsão de início das aulas é 29 de julho, em todos os campi e cursos.

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