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Jogo virtual visa conscientizar contra o Aedes aegypti

Iniciativa foi desenvolvida no Campus Dourados. Lançamento ocorreu no último dia 27, em cerimônia realizada na Assembleia Legislativa de MS
por Cleyton Lutz publicado: 01/12/2020 07h11 última modificação: 01/12/2020 07h23
Exibir carrossel de imagens A reitora Elaine Cassiano e o docente Yuri Tomas participaram da cerimônia de lançamento

A reitora Elaine Cassiano e o docente Yuri Tomas participaram da cerimônia de lançamento

Uma pesquisa desenvolvida no Campus Dourados do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) deu origem ao jogo virtual “Neighbor Hero”. O lançamento ocorreu no último dia 27, em cerimônia realizada pela Assembleia Legislativa, uma das parceiras na criação do jogo, bem como o escritório técnico da Fundação Oswaldo Cruz para o Estado (Fiocruz-MS).

O desenvolvimento do “Neighbor Hero”, ocorrido ao longo do ano – com uma pausa no início da pandemia do novo coronavírus – teve o envolvimento dos estudantes dos cursos de graduação em Jogos Digitais e técnico integrado em Informática para Internet, além de pesquisadores da Fiocruz, sob a coordenação do docente de Informática do IFMS, Yuri Tomas. 

“Buscamos fazer com que os jogadores entendam que são agentes ativos, sendo que as ações deles possuem influência no ambiente ao redor”, explicou o professor Yuri Tomas, coordenador do projeto. 

A criação do jogo partiu da necessidade de combater o mosquito Aedes aegypti, responsável pela disseminação de doenças como dengue, zika e chikungunya. No ano passado, foram mais de um milhão e meio de casos no país. Em 2020, apenas em Mato Grosso do Sul, foram mais de 70 mil casos de dengue, com 42 mortes registradas até o momento. 

Voltado a estudantes do ensino fundamental e médio, utilizando plataformas móveis, o objetivo do “Neighbor Hero” é apresentar aos jogadores o mosquito Aedes aegypti e as doenças em que ele age como vetor, de forma a conscientizá-los do problema e das formas de controlá-lo, tornando o participante um agente transformador do ambiente ao seu redor. 

Além disso, o jogo, como uma obra audiovisual, tem o intuito de auxiliar no processo de empoderamento e representatividade da realidade local. 

Jogo – O desenvolvimento do “Neighbor Hero” se iniciou na pré-produção, com a ideia inicial sendo expandida e a tomada de decisões técnicas e artísticas sendo registrada em um documento chamado Game Design Document (GDD), que é atualizado durante todo o processo.

Com isso, são decididas e documentadas as mecânicas, o enredo, o estilo artístico, o público-alvo, além dos recursos físicos e humanos necessários, entre outros elementos.

“Neighbor Hero” foi desenvolvido a partir de uma série de programas destinados a criações de características em 3D, implementações das funcionalidades do jogo e interface do usuário. Trata-se da primeira etapa da produção, uma vez que já existem melhorias previstas nas funcionalidades, cenários e adição de novas plataformas. 

“Buscamos fazer com que os jogadores entendam que são agentes ativos, sendo que as ações deles possuem influência no ambiente ao redor. Eles precisam compreender que podem resolver parte do problema, uma vez que muitos dos focos de dengue são resultado da negligência das pessoas no ambiente em que vivem”, explicou Yuri. 

Educação e saúde – Na cerimônia de lançamento, os participantes destacaram a função do jogo para a conscientização da população por meio do ensino sobre aspectos biológicos do mosquito vetor, as características das doenças que transmite e, fundamentalmente, os mecanismos de prevenção e eliminação dos possíveis criadouros ou reservatórios. 

“Trata-se de uma ferramenta pedagógica que vai atingir em cheio a geração atual. É uma porta de entrada para que a educação se relacione ao apoio das ações da saúde”, afirmou a reitora do IFMS, Elaine Cassiano.

“O combate às arboviroses necessitam de iniciativas como essa, que enfatizem o papel da ciência, da informação, da comunicação e de parcerias interinstitucionais, que proponham a discussão sobre o território na geração do conhecimento, bem como a integração entre saúde e educação”, destacou o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Marco Antônio Menezes.

A atenção ao processo de ensino-aprendizagem contra as doenças causadas pelo mosquito, por meio do jogo virtual, também demonstra as possibilidades da aplicação de tecnologias no ensino, uma das preocupações do IFMS.

“Trata-se da entrega de uma ferramenta pedagógica que vai atingir em cheio a geração atual. É uma porta de entrada para que a educação se relacione ao apoio das ações da saúde, nos incentivando a continuar nesse caminho das práticas pedagógicas”, afirmou a reitora do IFMS, Elaine Cassiano.

A proposta é que jogo seja utilizado nas escolas de ensino fundamental e médio de Mato Grosso do Sul, a partir da elaboração de um plano de ação para essa finalidade.