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Pós-graduação

Campus Corumbá ofertará curso sobre conservação da natureza

Lançamento da especialização será feito nessa quarta-feira, 14. Maior parte das vagas se destina policiais militares ambientais. Início das atividades ocorre no 2° semestre
por Cleyton Lutz publicado: 14/07/2021 13h10 última modificação: 14/07/2021 13h13

O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) inicia no segundo semestre de 2021 a oferta do curso de pós-graduação lato sensu em Estratégias para Conservação da Natureza. 

A especialização é promovido pelo Campus Corumbá, em parceria com o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) – organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua na preservação do bioma Pantanal e da cultura local – por meio de um termo de cooperação. 

O objetivo do curso é formar especialistas em estratégias para conservação e proteção da natureza, capacitados para analisar e intervir no território nacional de forma conjunta com diferentes atores e organizações, promovendo uma gestão integrada da biodiversidade, com base nos conhecimentos científicos e legais sobre a educação ambiental. 

Nesta quarta-feira, 14, será feita uma apresentação sobre a especialização em transmissão ao vivo, a partir das 16h30. Participam dela representantes da reitoria do Instituto Federal, do Campus Corumbá, do IHP e da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul. 

Após o término da transmissão, o vídeo ficará disponível aos interessados no canal oficial do IFMS no YouTube. 

Especialização – As aulas, predominantemente a distância, começam no segundo semestre deste ano. Realizado em regime modular, com cinco módulos no total, a duração do curso será de 18 meses. Entre os temas a serem abordados nos durante o cumprimento dos módulos estarão:

  • ecologia básica;
  • biologia da conservação;
  • fundamentos e práticas em educação ambiental;
  • gestão e manejo de áreas protegidas;
  • histórico das políticas ambientais no Brasil;
  • legislação ambiental aplicada ao policiamento ambiental;
  • planejamento, manejo e gestão de bacias hidrográficas;
  • alternativas para a gestão de recursos hídricos;
  • sistemas de informações geográficas;
  • geotecnologias aplicadas ao meio ambiente.

A pós-graduação prevê ainda conteúdos voltados a metodologia de ensino a distância, metodologia científica e tópicos especiais – em formato híbrido, composto por simpósio, workshop, mesa-redonda e curso de campo, com a participação de profissionais convidados – além da realização de trabalho de conclusão de curso (TCC). 

A carga horária total, entre atividades a distância, presenciais e produção do TCC, é de 460h. Mais informações estão disponíveis na página do curso

Bioma Pantanal
Bioma Pantanal desempenha importante papel na conservação da biodiversidade na região (Foto: WWF-Brasil/Adriano Gambarini)

Conservação da natureza – A abertura da pós-graduação é resultado de um esforço conjunto entre o Instituto Federal e IHP, que ficará responsável pelas atividades presenciais, com aulas práticas – 25% da carga horária do curso – nos municípios de Corumbá e Ladário. 

Confirmamos o interesse e a viabilidade para então definirmos uma comissão interinstitucional, considerando a importância do curso para a região e o intuito de fortalecermos nossa missão institucional”, informa o diretor-geral do Campus Corumbá, Wanderson Batista. 

“As tratativas iniciais reportam, a pelo menos dois anos, onde percorremos a rotina de implantação: conversa com os diretores locais, docentes e pró-reitoria. Nelas, confirmamos o interesse e a viabilidade para então definirmos uma comissão interinstitucional, considerando a importância do curso para a região e o intuito de fortalecermos nossa missão institucional”, informa o diretor-geral do Campus Corumbá, Wanderson Batista. 

O primeiro processo seletivo para ingresso prevê a reserva de 35 vagas a policiais militares ambientais de todo território nacional e cinco para os demais interessados, que residam nas duas cidades. Para os dois públicos é necessário possuir diploma de ensino superior. 

“Os focos são o aperfeiçoar e especializar os policias militares ambientais lotados em unidades de proteção e conservação ambiental. Naturalmente, com a oferta pelo Campus Corumbá e levando em conta o bioma Pantanal, as vagas para os civis também possibilitarão o aperfeiçoamento desses participantes ”, destaca o pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação (Propi) do IFMS, Felipe de Oliveira. 

“Os focos são o aperfeiçoar e especializar os policias militares ambientais lotados em unidades de proteção e conservação ambiental, destaca o pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação (Propi) do IFMS, Felipe de Oliveira. 

A missão principal do Instituto Homem Pantaneiro é preservar o bioma, resguardando as características físicas, biológicas e culturais, através do fomento a geração de conhecimento por meio de pesquisas científicas e incentivo as parcerias institucionais. 

“Com esse curso buscamos trazer os policiais militares para a questão ambiental, de maneira mais qualificada e competente, com ênfase na prevenção. A consolidação dessa especialização se associa a um olhar para o futuro, que passa pela proteção aos recursos naturais do país”, explica o presidente da instituição, coronel Ângelo Rabelo. 

O edital de abertura está publicado na Central de Seleção. As inscrições vão de 21 de julho a 1° de agosto, na Página do Candidato. A seleção dos estudantes será feita por sorteio eletrônico.

Bioma – O Pantanal é a maior área úmida continental do planeta. Ele ocupa parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, se estendendo ainda pela Bolívia e Paraguai, em uma área de 210 mil quilômetros quadrados. Para se ter uma ideia, em comparação feita pelo site da organização não-governamental WWF-Brasil, a extensão equivalem à soma das áreas dos países Bélgica, Suíça, Portugal e Holanda. 

Além das belezas naturais, o bioma também desempenha na conservação da biodiversidade. O imenso reservatório de água doce presente nele é muito importante para o suprimento de água, a estabilização do clima e a conservação do solo. 

No entanto, o Pantanal vem sofrendo sucessivamente. Apenas em 2020, ele perdeu 26% do seu bioma por meio de incêndios, segundo dados do Laboratório de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e dos governos do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

Segundo dados do Corpo de Bombeiros do MS, 21 mil hectares já foram queimados na parte do Pantanal que fica no Estado, apenas entre 26 de junho e 13 de julho deste ano. Com isso, o governo estadual decretou situação de emergência devido à estiagem e incêndios florestais. As medidas foram publicadas no Diário Oficial de terça-feira, 13, e valem por 180 dias.