O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) realizou nessa terça-feira, 22, o II Dia da Consciência Indígena, evento com uma série de atividades que visaram promover o debate e a reflexão acerca da luta e da história indígenas no Brasil, e ainda sobre racismo e preconceito, entre outras temáticas.

O evento online foi organizado pelos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), com transmissão ao vivo pelos canais dos campi do IFMS no YouTube.

"É um dia de muito aprendizado e conhecimento, para que possamos entender um pouco da questão indígena, de suas lutas, de seus processos de resistência", ressaltou o indígena terena Mario Salvador, professor do Campus Coxim  do IFMS e um dos organizadores do evento.

Na parte da manhã, ocorreu a cerimônia de abertura, com falas dos representantes da organização do evento e gestores da instituição, além da apresentação da rapper indígena MC Anarandá. 

“Enquanto professor indígena, é uma satisfação enorme estar numa instituição que valoriza as questões dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul. É um dia de muito aprendizado e conhecimento, para que possamos entender um pouco da questão indígena, de suas lutas, de seus processos de resistência", ressaltou o indígena terena Mario Ney Rodrigues Salvador, professor do Campus Coxim do IFMS e representante da comissão organizadora do evento.

Sirley Rojas, diretora-geral do Campus Jardim, anfitrião do evento neste ano, destacou a importância de se respeitar outras culturas.

“Este é um evento que não dá nem para mensurar em fala, é um momento muito relevante na instituição. Se nós entendermos a cultura indígena e todos os pontos de vista do próximo, passaremos a respeitá-lo, e com certeza teremos menos problemas em todos os sentidos", ressalta.

Para a reitora Elaine Cassiano, a temática precisa ser discutida continuamente na instituição.

"As questões indígenas devem receber a atenção devida em todas as instâncias da nossa sociedade. Esse debate é uma forma de desenraizar o preconceito e melhorar nossos entendimentos com relação às discriminações ainda existentes. Queremos refletir como o IFMS pode ser ainda mais inclusivo, tratando desses temas de forma cada vez mais propositiva".

"Esse debate é uma forma de desenraizar o preconceito e melhorar nossos entendimentos com relação às discriminações ainda existentes. Queremos refletir como o IFMS pode ser ainda mais inclusivo, tratando desses temas de forma cada vez mais propositiva", apontou a reitora Elaine Cassiano.

Na abertura do evento, também foi promovida uma mesa-redonda sobre a importância da retomada dos territórios tradicionais para as crianças indígenas Guarani e Kaiowá.

Na parte da tarde, foram abordados temas como grafismos indígenas e pinturas corporais; desenvolvimento capitalista, trabalho e resistência indígena; povos indígenas do Mato Grosso do Sul; os direitos territoriais indígenas na Constituição de 1988; a tese do Marco Temporal e a população Laklãnõ; a luta pelos direitos humanos dos povos indígenas; e povos indígenas e suas respostas às crises da contemporaneidade.

Entre os palestrantes, estiveram presentes indígenas de diferentes etnias, como Terena, Guarani Kaiowá, Pitaguary, Guarani Nhandeva e Boe Bororo, além de docentes do IFMS e representantes de diferentes instituições de ensino, parceiras do evento.

Evento - As atividades ocorridas ao longo do II Dia da Consciência Indígena podem ser acompanhadas na íntegra pelos links abaixo:

• Cerimônia de Abertura e Mesa-redonda A Importância das Retomadas dos Territórios Tradicionais para as Crianças Indígenas Guarani e Kaiowá
• Documentação e revitalização de línguas indígenas
• Grafismos Indígenas e Pinturas Corporais: Impactos da Colonização
• Desenvolvimento capitalista, trabalho e resistência indígena
• O ensino da cultura indígena e o ensino de Eletrotécnica - experiências interdisciplinares
• Povos Indígenas do Mato Grosso do Sul
• Os Direitos Territoriais Indígenas na Constituição de 1988
• A Tese do Marco Temporal e a População Laklãnõ
• Lutas Indígenas: Reflexões sobre os Desafios dos Povos Indígenas no Espírito Santo
• Aspectos da Cultura Guarani: educação, corpo-território e (r)existência
• Cultura Corporal de Movimento Indígena e Africana: Produções com Estudantes na Educação Física do IFMS
• A Luta pelos Direitos Humanos dos Povos Indígenas
• Povos Indígenas e suas Respostas às Crises da Contemporaneidade
• Cerimônia de Encerramento

Mais informações estão disponíveis na página do evento. 

O evento recebeu apoio financeiro institucional para sua realização por ser um dos contemplados pelo Edital 066/2021, de fomento a atividades de extensão no IFMS.