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Internacional

Projeto do IFMS vence Copa de Ciências do México

Trabalho sobre comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul conquistou o 1º lugar na área de Ciências Sociais
por Laura Silveira publicado: 10/03/2022 11h09 última modificação: 17/03/2022 12h06
  • O projeto GeoQuilombolas é desenvolvido pelas estudantes Isadora e Samyra - Foto: Arquivo Pessoal

Realizar um mapeamento virtual das comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul, no intuito de dar visibilidade e reconhecimento a esses grupos. É com esse objetivo que duas estudantes do Campus Ponta Porã do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) desenvolvem o projeto GeoQuilombolas, o qual conquistou recentemente o 1º lugar na área de Ciências Sociais da IX Copa de Ciências do México.

O evento foi realizado virtualmente no mês passado. Na ocasião, as alunas do 7º semestre do curso técnico em Informática, Isadora de Matos Morais e Samyra Jamilli, ambas de 18 anos, sob orientação dos professores João Batista Alves de Souza e Ana Paula Cartapatti Kaimoti, apresentaram o "GeoQuilombolas: mapeamento e visibilidade das comunidades quilombolas do Mato Grosso do Sul".

"Com a participação e premiação nos eventos, o projeto e as comunidades quilombolas alcançaram mais visibilidade”, ressalta o professor João Batista.

O trabalho começou a ser desenvolvido em março de 2021. Na época, foi aprovado no Edital 009/2021, de fluxo contínuo para seleção de projetos de pesquisa do IFMS.

O objetivo era desenvolver um site das comunidades quilombolas do Estado. Assim nasceu o GeoQuilombolas.

A partir daí, iniciou-se o mapeamento virtual das 22 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares (FCP), localizadas em 15 municípios de Mato Grosso do Sul, dentro os quais quatro possuem campus do IFMS: Aquidauana, Campo Grande, Corumbá e Dourados.

“O GeoQuilombolas nasceu como um desafio. No auge da pandemia, não tivemos contato presencial nas comunidades quilombolas, então toda a comunicação foi feita via Whatsapp, e envolveu muita pesquisa e horas de dedicação de toda a equipe. Com a participação e premiação nos eventos, o projeto e as comunidades quilombolas alcançaram mais visibilidade”, ressalta o professor João Batista.

"Tive o privilégio de conhecer uma realidade diferente da minha e aprender com as vivências e manifestações de pessoas que carregam uma história tão importante para o MS e para o Brasil", aponta a estudante Samyra.

Na segunda etapa do projeto, foram disponibilizadas páginas para cada comunidade, com localização, imagens, vídeos e informações sobre a criação, organização, manifestações culturais e religiosas, e o processo de resistência.

"O projeto possui uma relevância social muito grande, é extremamente gratificante fazer parte disso e poder auxiliar no processo de visibilidade das comunidades. Tive o privilégio de conhecer uma realidade diferente da minha e aprender com as vivências e manifestações de pessoas que carregam uma história tão importante para o MS e para o Brasil", aponta a estudante Samyra.

O sentimento recompensador também é ressaltado por Isadora, por igualmente acreditar que a proposta é importante para a visibilidade das comunidades quilombolas.

"É um projeto incrível, que propõe mostrar uma realidade que a maioria das pessoas não tem conhecimento. Eu agradeço a nossa equipe e ao IFMS, que proporciona oportunidades como esta. Existem vários trabalhos incríveis em andamento na instituição", destaca.

  • Isadora Morais é estudante do curso técnico integrado em Informática do Campus Ponta Porã - Foto: Arquivo Pessoal

  • A aluna Samyra Prestes acredita que o projeto traz visibilidade às comunidades quilombolas - Foto: Arquivo Pessoal

Reconhecimento - A oportunidade de participar do evento no México foi conquistada em outubro do ano passado, quando o projeto ficou em 1º lugar na categoria Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e Linguística da Feira de Ciência e Tecnologia da Fronteira de Ponta Porã (Fecifron), promovida pelo IFMS.

Além da premiação internacional, foi por meio da Fecifron que as estudantes receberam credenciais para participar do V Congresso Internacional de Gestão e Tecnologias, conquistando a 2ª colocação no evento, realizado em dezembro de 2021.

"O projeto nos trouxe grandes oportunidades. Fiquei extremamente feliz por termos ganhado, não só na Copa do México, mas em outras feiras que participamos. Espero que o tema seja cada vez mais abordado", comenta a estudante Isadora.

"O projeto nos trouxe grandes oportunidades. Fiquei extremamente feliz por termos ganhado, não só na Copa do México, mas em outras feiras que participamos. Espero que as próximas também nos tragam mais títulos, e que o projeto possa ser conhecido e seu tema seja cada vez mais abordado", comenta a estudante Isadora.

"Levar o trabalho para outros estados e países foi uma experiência incrível, que trouxe muitos aprendizados. Com certeza é um projeto que vale a pena ser creditado internacionalmente, trazendo reconhecimento para as comunidades quilombolas sul-mato-grossenses", complementa Samyra.

O GeoQuilombolas será apresentado ainda este mês na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), promovida pela Universidade de São Paulo (USP).

A premiação no evento mexicano também proporcionou às estudantes o credenciamento para o Encuentro de Jóvenes Investigadores, que será realizado na Espanha no segundo semestre deste ano.

De acordo com o professor João Batista, o projeto seguirá em desenvolvimento, desta vez com foco na interatividade do site, com maior participação dos quilombolas.

Para conhecer mais sobre as comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul e o trabalho desenvolvido pelas estudantes do IFMS e seus orientadores, basta acessar o site GeoQuilombolas.