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Feira de CIência e Tecnologia

Projeto sugere energia solar para melhoria do ensino em escola rural

Estudantes de zona rural de Campo Grande mostram preocupação com déficit de aprendizagem por falta de energia. Conheça esse e outros trabalhos apresentados em evento
por Laura Silveira publicado: 06/10/2023 13h55 última modificação: 06/10/2023 14h21

breno

A recorrente falta de energia numa escola localizada na zona rural de Campo Grande foi o que motivou três estudantes do 9º ano a desenvolverem um projeto de pesquisa sobre energia fotovoltaica. Esse é um dos trabalhos de ensino fundamental apresentados nesta semana na Feira de Ciência e Tecnologia do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) realizada na Capital.

Breno Henrique de Oliveira, Igor Apolinário e Lívia Rodrigues, da Escola Municipal Oito de Dezembro, no Distrito de Anhanduí, apontam que a falta de energia é um problema sério da região e que prejudica o acesso deles à educação.

“Temporais acontecem bem frequentemente lá. Quando falta energia, as salas de aula ficam na escuridão, há falta de ventilação e até de água nos bebedouros, por causa do poço elétrico. Então, é uma série de problemas que levam o diretor da escola a liberar os estudantes mais cedo”, explica Breno, de 13 anos.

“Temporais acontecem bem frequentemente lá. Quando falta energia, as salas de aula ficam na escuridão, há falta de ventilação e até de água nos bebedouros, por causa do poço elétrico. Então, é uma série de problemas que levam o diretor da escola a liberar os estudantes mais cedo”, explica Breno, de 13 anos.

Na apresentação do trabalho na Fecintec, intitulado ‘Queda de energia na escola, causa, consequência e proposição’, o grupo levou uma maquete montada para demonstrar a estrutura da escola, com placas solares instaladas na cobertura da quadra esportiva, e uma lâmpada para representar a radiação solar.  

Para a equipe, a energia fotovoltaica seria usada nos aparelhos necessários para manter as aulas, como ventiladores, freezer e geladeira, para não haver desperdício de alimentos, além das lâmpadas.

“A energia solar é uma maneira sustentável, renovável e econômica. Isso reduziria R$ 26 mil da conta de energia na escola anualmente e pouparia o corte de cerca de 630 árvores. Seria uma forma de ajudar o meio ambiente e diminuir o déficit de aprendizagem dos alunos, porque chegamos a ficar até uma semana inteira sem aula por causa da falta de energia na nossa escola”, finaliza o estudante.

Ensino Médio - Além dos mais de 100 trabalhos do ensino fundamental, como os da escola Oito de Dezembro, o evento também reúne 130 projetos de estudantes do ensino médio, muitos deles desenvolvidos no próprio Campus Campo Grande do IFMS.

angelica

"Auxilio os alunos a fazer os exercícios, esclareço dúvidas, mas o foco principal é melhorar a relação deles com a matemática, mostrar a beleza dela", aponta Angelina Bakargi

Angelina Bakargi, 15, do curso técnico integrado em Informática, é uma apaixonada por matemática. Com seu projeto 'Matemática nas escolas públicas no ensino fundamental II: desafios, estratégias e a realidade', quer acabar com o estigma equivocado de que a matéria é difícil. E escolheu fazer isso começando por ajudar estudantes do sexto ao nono ano da Escola Estadual Orcírio Thiago de Oliveira, sua antiga escola.

"Auxilio os alunos a fazer os exercícios, esclareço dúvidas, mas o foco principal é melhorar a relação deles com a matemática, mostrar a beleza dela", aponta Angelina, que faz a intervenção de forma presencial, todas às quartas-feiras, nas aulas de matemática.

Para o futuro, a estudante já demonstra que participar de projetos ainda no ensino médio pode, mesmo, abrir horizontes. "Quero seguir na área da pesquisa", comenta. 

artur

Também focado numa matéria conhecida por ser difícil, 'Se joga no Instagram... por que e para que?' é desenvolvido por Arthur Francischini e Isabela Banks, 16. 

"Nosso trabalho tem o objetivo de verificar com os alunos o uso do Instagram como ferramenta de ensino para disseminar conteúdos, como rotinas de estudo, mapas mentais, vídeos, dicas sobre matérias como a Química. É um ambiente diferenciado com potencialidade muito grande", explica Arthur.

O @sejoganaquimica já foi criado e o próximo passo do projeto e começar as postagens a partir deste semestre.

natanael

O agora ex-aluno do IFMS, Natanael Teixeira, 18, voltou ao campus para apresentar o trabalho, juntamente com dois ainda estudantes da instituição, Davi Pereira e Adrielle Almeida. O projeto pretende criar o 'Núcleo Acadêmico de Relações Internacionais', para apoio e atendimento à crescente demanda por informações sobre mobilidade internacional.

"Participei de outras feiras ao longo dos anos no IFMS e, tendo em vista tudo que a pesquisa traz para a formação acadêmica do estudante, preferi voltar esse ano para vivenciar novamente essa experiência no nosso projeto, inserindo a comunidade dentro do contexto internacional", afirma o agora acadêmico de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). 

"Participei de outras feiras ao longo dos anos no IFMS e, tendo em vista tudo que a pesquisa traz para a formação acadêmica do estudante, preferi voltar esse ano para vivenciar novamente essa experiência no nosso projeto, inserindo a comunidade dentro do contexto internacional", diz Natanael Teixeira

A Fecintec termina às 17 horas desta sexta-feira, 6, no Campus Campo Grande do IFMS, localizado na Rua Taquari, 831, Bairro Santo Antônio. A premiação dos melhores projetos será realizada na manhã de sábado, 7.

Feiras - Além de Campo Grande, as feiras do IFMS são realizadas em outros nove municípios: Aquidauana, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas.

O evento integra a programação da Semana de Ciência e Tecnologia, que promove até este sábado, 7, diversas atividades gratuitas e abertas à comunidade, incluindo palestras, oficinas e mesas-redondas.

No total, foram aprovados 916 trabalhos de ensino fundamental e médio para apresentação nas feiras, o que representa um aumento de mais de 40% em relação ao número alcançado no ano passado (645).

Todos os autores de trabalhos receberão certificado de participação no evento. Haverá ainda premiação por categorias, separadas por nível de ensino, áreas de conhecimento e outros.