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#15Anos

Servidor hoje, estudante ontem: conheça histórias do IFMS

Em alusão ao Dia do Servidor Público e aos 15 anos dos Institutos, confira matéria especial sobre servidores que também foram alunos da Rede Federal
por Laura Silveira publicado: 27/10/2023 14h12 última modificação: 27/10/2023 14h12

O que o professor Luiz, os técnicos de laboratório Eduardo, Felipe e Muriel, e os técnicos de Tecnologia da Informação Ingrid e Giuliano têm em comum entre si? Além de comporem o quadro de servidores do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), os seis já conheciam de perto a instituição antes disso, já que compunham a comunidade escolar enquanto estudantes da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

Essas são apenas seis entre tantas histórias de egressos de cursos técnicos e superiores que serão contadas nesta matéria especial, em comemoração aos 15 anos dos Institutos Federais e em alusão ao Dia do Servidor Público, celebrado neste sábado, 28.

Quer saber mais sobre como é trabalhar no local onde um dia se estudou? Você sabe o que o IFMS pode, de fato, representar na vida das pessoas, e qual o real poder transformador da Educação Profissional e Tecnológica? Então reserve alguns minutos e confira abaixo o relato desses servidores sobre um pouco de suas trajetórias até aqui. 

Luiz Picolo

Luiz Picolo | Docente de Informática | Campus Nova Andradina

No IFMS, a história de Luiz Fernando Picolo, 42, começou em 2012. Graduado em História, ele ingressou no curso superior de tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas no Campus Nova Andradina, como portador de diploma de nível superior.

“O IFMS representa um marco muito importante na minha vida. A partir do momento em que ingressei no curso, o aprendizado com os docentes expandiu minha visão e me fez perceber que eu poderia atuar como eles, ou seja, ser um professor”.

Mas antes de concretizar seu desejo em atuar na docência, em 2016 Luiz se tornou servidor do IFMS no cargo de técnico em Tecnologia da Informação, o qual ocupou durante um ano e meio até, enfim, tomar posse como docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Campus Naviraí, na área de Informática/Desenvolvimento Web. Posteriormente, retornou para o Campus Nova Andradina, onde está até hoje.

“Hoje, atuando como docente, percebo o quão grandioso foi e ainda é o IFMS, tanto para mim quanto para a sociedade sul-mato-grossense, e o quanto nós, como servidores públicos, podemos ajudar a sociedade a crescer. Tanto que, hoje, meu filho é aluno do Instituto, no curso técnico integrado em Informática”.

Quer saber mais sobre a história do professor Luiz? Então acesse a matéria que foi publicada sobre ele em 2019!

Giuliano Barros

Giuliano de Barros | Técnico de Tecnologia da Informação | Campus Coxim

Giuliano Sacoman de Barros, 50, tem grande satisfação ao contar que foi um dos primeiros estudantes do curso técnico em Manutenção e Suporte em Informática de Coxim, no qual ingressou em 2011, a convite de um amigo e também professor da área de Informática do IFMS, Gilson Saturnino dos Santos. Na época, o campus ainda era no andar superior da Escola Estadual Padre Nunes.

Ele já era formado em Administração, mas atuava como Microempreendedor Individual. Após a conclusão do curso, sua esposa, Sandra da Silva Costa, que já era servidora do Instituto, sugeriu que começasse a estudar para concursos, uma vez que o mercado da área de TI estava em ascensão.

Em 2017, foi novamente convidado pelo professor a estudar no IFMS, dessa vez para cursar Tecnologia em Sistemas para Internet, o qual concluiu somente em 2022, devido a uma mudança que ocorreu em sua vida. No ano de 2019, foi aprovado num concurso da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) para o cargo de Técnico de Tecnologia da Informação em Campo Grande. Na Capital, permaneceu até janeiro de 2020.

Posteriormente, pediu redistribuição para o Campus Coxim do IFMS, onde permanece até hoje.

“Vejo a minha trajetória e experiência no Campus Coxim do IFMS, enquanto estudante e servidor, bastante positiva. Tive a oportunidade de aprender com excelentes professores que sempre me incentivaram nos estudos, sendo que hoje posso colocar em prática na minha atual profissão um pouco daquilo que aprendi em sala de aula. Assim, é muito gratificante ver as possibilidades que o estudo me proporcionou, entre elas, a oportunidade de me tornar um servidor público de uma instituição federal”.

Eduardo Queiroz

Eduardo Queiroz | Técnico de Laboratório - Mecânica | Campus Campo Grande

Eduardo Quirino Arguelho de Queiroz, 25, concluiu o técnico integrado em Mecânica em 2016, e há apenas seis meses tornou-se servidor do Campus Campo Grande, no qual estudou.

“Enquanto aluno do IFMS, aprendi muitas coisas, tive diversas oportunidades em projetos de pesquisa e no mercado de trabalho, o que me deu uma bagagem muito grande. Foi um período muito bom, e sou apaixonado pelo Instituto”.

Ele acredita que, devido à sua vivência como aluno, quis retornar à instituição da qual tanto gosta.

“Queria voltar a viver o Instituto. Minha experiência como servidor está sendo bem diferente, pois sou acostumado a trabalhar com pessoas adultas, e agora trabalho com jovens, que estão aprendendo as coisas da vida, estão passando pelo que já passei, então eles têm essa identificação comigo”.

Se no passado e no presente o IFMS faz parte da sua história, para o futuro, Eduardo deseja continuar na instituição.

“Quero cada vez mais trabalhar com orientação e projeto de pesquisa e, futuramente, desejo ser professor do Instituto”.

Ingrid Solique

Ingrid Solique | Técnico de Tecnologia da Informação | Campus Dourados

Mesmo em meio a vários desafios que é estudar num campus localizado na área rural, como dificuldades de estrada de terra e de conexão com a internet, Ingrid de Souza Solique, 27, resume assim sua experiência como aluna técnico integrado em Informática de Nova Andradina: "Ter entrado no IFMS foi a melhor decisão da minha vida".

Ela estudou na instituição entre os anos de 2011 e 2014, quando ainda não havia uma unidade da instituição na área urbana e o acesso ao campus rural não era asfaltado. No começo, ela estranhou também as novidades de fazer o ensino médio numa instituição pública federal, e confessa que pensou até em desistir,

"Eu entrei sem muita pretensão, era algo novo. No primeiro ano, ainda não sabia se era realmente isso que eu queria, porque é bem difícil, é uma quebra de paradigma, já que estava acostumada com o ritmo na escola pública municipal, estadual, mas o IF tem uma outra pegada, é semestral. Tive muitos professores bons que não me deixaram desistir, sempre nos incentivando".

Ao fim do curso, realizou estágio obrigatório em uma empresa, e acabou sendo contratada, mas optou por sair de lá para cursar Sistemas de Informação na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em Dourados. Ali percebeu que o ensino no IFMS, que achava mais difícil do que os outros, era também o seu diferencial positivo.

"Vi que eu estava muito à frente dos meus colegas de universidade, porque no Instituto eu já tinha um ritmo de aprender a estudar sozinha, de ser curiosa, de me desenvolver mesmo. Então eu só tenho a agradecer, foi muito bom".

Foi em Dourados onde tomou posse no IFMS em janeiro de 2017 como servidora técnico-administrativo da área de TI. No campus, sentiu-se extremamente bem recebida e agora, depois de quase sete anos, ainda acredita que é um lugar muito bom de se trabalhar.

“Quando consegui passar no concurso foi surreal, porque estava voltando para uma instituição que foi muito boa para mim no ensino médio, no sentido de ter me direcionado para fazer o que realmente gosto. A vivência como servidora é diferente, porque tenho outra maturidade e visão de vida, diferentes de quando era aluna adolescente. Hoje percebo que o IF tem essa preocupação de formar o estudante como um todo”.

Ao refletir sobre suas vivências, Ingrid acredita que o IFMS é parte significativa da sua trajetória.

“As minhas duas experiências, tanto como estudante e como servidora, foram muito engrandecedoras. O IFMS representa uma parcela muito grande da minha vida, me ajudou, em meio a dificuldades, a crescer como pessoa, a desenvolver um senso crítico, a desenvolver tanto profissional quanto pessoalmente. E está sempre presente na minha caminhada".

Felipe Oliveira

Felipe Oliveira |Técnico de Laboratório - Informática | Campus Ponta Porã 

O ainda bem jovem servidor Felipe Miotto de Oliveira, 18, participou desta reportagem enquanto apresentava um projeto como egresso do IFMS na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), realizada anualmente pela Fundação Liberato na cidade de Novo Hamburgo (RS).

Ele mesmo explica um pouco dessa história.

Entrei para o IFMS em 2020 como aluno do Campus Campo Grande. Desde então, o Instituto vem sendo uma das principais bases da minha vida, já que me formei em 2022 e, no mesmo ano, prestei o concurso público para técnicos-administrativos, tanto por ter uma grande oportunidade quanto por ter um grande afeto pelo lugar. Felizmente, com o conhecimento adquirido no curso, consegui passar para Técnico de Laboratório de Informática em Ponta Porã”.

Felipe então se mudou de Campo Grande para tomar posse no cargo, em março deste ano.

“Mesmo que agora não more mais na cidade onde nasci, tenho uma boa autonomia e estou realizando muitas coisas graças ao IFMS. Gosto muito do trabalho no Instituto, e é ótimo ainda estar conectado com a área acadêmica”, aponta o servidor, que recebeu a credencial de participação na Mostratec 2023 durante a Feira de Ciências e Tecnologia do Campus Campo Grande (Fecintec) do ano passado.

No Rio Grande do Sul, está expondo o projeto ‘Dronlivery: Aplicativo para locação de Drones’, juntamente da colega de turma Sara Vitória, sob orientação da professora Celeny Alves. O objetivo do trabalho é a modelagem de um aplicativo que serviria como intermediário entre empresas produtoras de drones e empresas de delivery para que elas possam usá-los nas suas entregas.

Essa área da pesquisa é o que mais interessa ao jovem. “Quero muito continuar fazendo pesquisas, trabalhos científicos e tudo o mais”, finaliza.

Muriel Teixeira

Muriel Teixeira |Técnico de Laboratório - Informática | Três Lagoas

A história de Muriel Vieira Teixeira, 27, é um pouco diferente das outras contadas até aqui, pois ele nunca foi estudante do IFMS, mas sim do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT). Isso demonstra que a Rede Federal e suas unidades ao redor do país têm a mesma capacidade de abrir portas ao seus estudantes e de transformar suas vidas.

Aos 13 anos, ele começou a cursar o técnico integrado em Manutenção e Suporte em Informática no Campus Pontes e Lacerda do IFMT. Naquela época, não fazia ideia do que era o Instituto Federal e, como frequentemente acontece com outros alunos, foi obrigado pela mãe a prestar a prova de ingresso.

“Felizmente fui aprovado e, já na primeira semana de aula, aquele novo universo me encantou. Fiquei completamente apaixonado pela instituição. A infraestrutura era muito superior a qualquer outra que eu já tinha visto em outras escolas, e os servidores eram próximos dos estudantes, eu tinha todo apoio ali. Os auxílios financeiros, os eventos, participações em projetos de pesquisa e extensão... Aquilo tudo era inédito para mim", revela.

Muriel também relembra que a possibilidade do estágio profissional lhe proporcionou seu primeiro trabalho, pois foi efetivado. E que participar do Coral do Campus ajudou-o a superar o medo de falar em público. Foi inclusive, graças ao IFMT, que pôde conhecer a capital do estado, Cuiabá, em viagens técnicas.

Ele continuou estudando no campus do IFMT, graduando-se como Tecnólogo em Redes de Computadores. "Antes do IFMT chegar lá, não havia oportunidades de ensino superior na área de Informática, e o Instituto Federal trouxe essa opção que eu realmente gostava".  

Mas a história não acaba aí. Após se formar em janeiro de 2016, em março do mesmo ano foi aprovado no processo seletivo para professor substituto do mesmo campus. Foi essa experiência que mudou completamente a forma de enxergar seu futuro profissional, pois a partir daí teve certeza de que gostaria de trabalhar em uma instituição de ensino.

Então apareceu a oportunidade de prestar concurso no IFMS, no qual foi aprovado como técnico de laboratório de Informática do Campus Corumbá, conquista essa que só foi possível, segundo ele, graças a todo o conhecimento e experiência adquiridos no IFMT. Tomou posse em 2017 e mudou de estado.

"Com isso, aos 21 anos, fui morar em Corumbá, sem qualquer experiência de vida, longe dos meus pais, mais de 1500km distante de casa. Foi fácil não, viu? Mas sou muito grato pelas experiências de vida que a Rede Federal de Educação me proporcionou desde o ensino médio. Hoje trabalho no Campus Três Lagoas e amo muito essa instituição!".

IFMS - Essas histórias retratam apenas seis trajetórias de tantas outras que compõem o que é o IFMS ontem, hoje e amanhã. De acordo com a Diretoria de Gestão de Pessoas (Digep), a instituição conta atualmente com 1.185 servidores efetivos no seu quadro, sendo 593 docentes e 592 técnicos-administrativos.

Até o fim de novembro, esse número deve aumentar, já que está prevista a posse de mais 16 profissionais. As histórias deles também irão passar a compor a história do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, o qual, por sua vez, faz parte de algo ainda maior.

#15 Anos - Criados a partir da fusão de diversas instituições de Educação Profissional e Tecnológica, como Cefets, escolas técnicas e agrotécnicas federais, os Institutos Federais aderiram ao modelo proposto pelo Ministério da Educação pela Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Assim, completam em 2023, nessa mesma data, 15 anos de criação.

Eles integram a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, a qual trouxe uma nova concepção para o sistema de ensino federal.

Entre as características, os IFs são pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de EPT em todos os níveis e modalidades, oferecendo, ainda, licenciaturas, bacharelados e pós-graduação.

Os Institutos Federais também se destacam no desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas por meio de pesquisas aplicadas e ações de extensão, impulsionando o avanço econômico e social local e regional e preparando cidadãos competentes e inovadores para o mundo contemporâneo.

Atualmente, a Rede Federal conta com 633 unidades acadêmicas em 578 municípios em todo o país. São mais de 1,4 milhão de matrículas em 11 mil cursos ofertados.

Saiba mais na página oficial da campanha de 15 anos dos Institutos Federais!