Tecnologias educacionais
Projeto dá origem a jogo voltado ao ensino de Química
A Escola Estadual Floriano Viegas Machado, de Dourados, foi a primeira a receber o jogo - Foto: Campus Coxim
Um projeto desenvolvido no Campus Coxim do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) – contemplado no edital IFmaker Educador, voltado para o desenvolvimento de tecnologias educacionais em cooperação com escolas públicas do Estado – deu origem a um jogo destinado a auxiliar no ensino de Química.
Intitulado 'Da teoria à prática: materiais concretos transformando o ensino de Ciências', o projeto tem como foco a necessidade de se pensar estratégias pedagógicas que promovam um aprendizado mais envolvente e eficaz em ciências, a partir da utilização de materiais destinados a transformar a transição da teoria à prática no ensino desses conteúdos.
O resultado foi a criação do 'Pife Químico', que combina o tradicional jogo de cartas com o conteúdo da disciplina, sendo as reações químicas o tema escolhido.
O jogo foi desenvolvido por estudantes bolsistas e voluntários dos cursos superiores de Química e Sistemas para Internet, sob a orientação de docentes, e recebeu recursos financeiros para a aquisição de materiais de consumo.
As parcerias foram com as escolas estaduais Floriano Viegas Machado, de Dourados, e Viriato Bandeira, de Coxim.
Durante a execução do projeto foram desenvolvidas atividades como pesquisa bibliográfica, visitas aos ambientes escolares para identificação das necessidades de estudantes e professores, além de encontros presenciais e virtuais para discussão e aprimoramento das possibilidades de jogos/materiais.
O 'Pife Químico' foi criado no espaço maker do campus, e o processo incluiu etapas como diagramação do material, impressão do baralho e das peças 3D que compõem o kit, entre outras.
As ações ocorreram sob coordenação de docentes do campus, Mariane Ocanha e Hugo Eduardo Siscar, tendo ainda o professor Manoel Lima Filha como orientador. Antes da finalização do jogo foram feitos testes com os acadêmicos da licenciatura em Química e com os estudantes da escola Viriato Bandeira.
"A criação do jogo envolveu testes referentes, por exemplo, à quantidade de jogadores participantes. Então definimos que a melhor quantidade de jogadores é de três a seis. A equipe trabalhou também com a escolha das cartas: simples troca (pode ser trocada por uma carta do monte de descarte), dupla troca (pode ser trocada por duas cartas do monte de descarte) e coringa (substitui qualquer carta do baralho)”, destaca Mariane.
No jogo, cada participante recebe nove cartas e tem o objetivo de formar três trincas relacionando uma mesma reação química (síntese, decomposição, dupla troca e simples troca).
Projeto foi desenvolvido por estudantes no espaço maker do Campus Coxim - Foto: Acervo Pessoal
Entrega – Os primeiros kits foram entregues na Escola Estadual Floriano Viegas Machado, em Dourados, no último dia 9. Além do baralho químico, os kits são acompanhados por caixas, para guardá-los, e suportes para auxiliar os jogadores. Cada escola receberá oito kits.
“O jogo é muito bem estruturado e tem potencial para ser aplicado em sala de aula, especialmente relacionado ao conteúdo sobre as reações químicas”, comenta Juliana Ferraz, professora da escola estadual que recebeu os kits em Dourados.
Além da entrega, também foi oferecida uma capacitação para os docentes da escola, com o repasse de orientações e possibilidades a serem exploradas para utilização do jogo em sala de aula. A professora de Química da escola, Juliana Ferraz, participou da atividade.
“O jogo é muito bem estruturado e tem potencial para ser aplicado em sala de aula, especialmente relacionado ao conteúdo sobre as reações químicas. Acredito que um dos méritos do jogo é tratar as aplicações do conteúdo de maneira aproximada ao cotidiano dos estudantes”, comenta.
A docente, que ministra aulas no ensino médio, diz que tem planos para a utilização do jogo no 2º ano, onde as reações químicas são abordadas de forma mais aprofundada.
A entrega dos kits na Escola Estadual Viriato Bandeira, em Coxim, está prevista ainda para o mês de agosto.
“Queremos dar continuidade ao projeto, aperfeiçoando o material produzido e pensando em novos jogos e materiais didáticos que auxiliem professores e alunos em sala de aula”, informa Mariane.
No mês de setembro, os resultados do projeto serão apresentados no Congresso Nacional de Educação (Conedu), que será realizado em Fortaleza (CE).
Kits, contendo o baralho e demais acessórios, também serão entregues na Escola Estadual Viriato Bandeira, em Coxim - Foto: divulgação
IFMaker Educador – Por meio do Edital nº 047/2023 – viabilizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (Propi) – foram destinados até R$ 100 mil para custeio dos projetos, além de bolsas mensais para os estudantes participantes, no valores de R$ 400 (ensino médio) e R$ 700 (graduação).
“Trata-se de uma experiência bastante produtiva, uma vez que permite ao estudante sair do contexto da sala de aula, vivenciado a realidade da escola parceira”, ressalta Hugo Siscar, um dos coordenadores do projeto.
“Trata-se de uma experiência bastante produtiva, uma vez que permite ao estudante sair do contexto da sala de aula, vivenciado a realidade da escola parceira, além de trabalhar colaborativamente e propor uma solução que possa ser aplicada pelos docentes dessas instituições, com o objetivo de estimular e favorecer os processos de ensino e aprendizagem”, ressalta o docente Hugo Siscar, um dos coordenadores do projeto.
Os espaço maker presentes nos campi do IFMS são laboratórios de suporte à inovação e ao aprendizado. Também visam estimular o interesse de estudantes e servidores pelo desenvolvimento da ciência e tecnologia, além de apoiar o ensino de conteúdos transversais.
Trata-se de um ambiente destinado à comunidade e aos estudantes, que prevê a realização de eventos, minicursos e palestras, além de ter projetos com foco na solução de problemas locais.