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SEMICT 2018

Seminário reúne em Campo Grande mais de 80 projetos de pesquisa

Trabalhos são desenvolvidos por estudantes da graduação de sete campi do IFMS. O evento é realizado anualmente na instituição desde 2013.
por Paulo Gomes publicado: 03/12/2018 09h06 última modificação: 03/12/2018 09h06
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Seminário reúne 82 trabalhos de estudantes da graduação do IFMS

A edição 2018 do Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (Semict) do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) reuniu na semana passada 82 projetos de pesquisa desenvolvidos por estudantes da graduação dos campi Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas.

O número representa um aumento de 25% em comparação ao ano anterior, quando o evento contou com 64 trabalhos.

As pesquisas abrangem diversas áreas do conhecimento, mas a maioria, seguindo a característica produtiva do Estado, está centrada nas Ciências Agrárias. O evento foi sediado pelo Campus Campo Grande nos dias 29 e 30 de novembro.

Segundo o diretor de Pesquisa do IFMS e coordenador do Semict, Angelo Lourenço, outro ponto importante foi a melhora na qualidade dos trabalhos apresentados, relatada pelos avaliadores externos, todos doutores ou pós-doutores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Anhanguera Uniniderp e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Eles nos relataram ter notado uma melhora significativa na qualidade dos trabalhos e também dizem que muitos têm potencial de crescimento”, apontou o coordenador do Semict, Angelo  Lourenço.

“Os avaliadores externos nos relataram ter notado uma melhora significativa na qualidade dos trabalhos e também dizem que muitos têm potencial de crescimento”, apontou o coordenador.

No Semict, não há competição entre os trabalhos. No entanto, é feita uma classificação pelos avaliadores e os seis melhores são indicados para concorrer ao prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Projetos - As ideias apresentadas pelos estudantes de graduação vão desde produtos inovadores para a saúde humana até novos cultivares baseados em culturas indígenas.

Do Campus Coxim, a estudante do curso superior de Tecnologia em Alimentos, Clistiane Santana, apresentou o projeto de desenvolvimento de um suplemento alimentar utilizando a planta Ora-pro-nóbis.

Segundo a pesquisadora, o vegetal, conhecido popularmente como carne de pobre, carne verde ou lobrodó, é rico em ácido fólico, importante substância para a gestação humana. “O ácido fólico previne a má-formação no tubo neural da criança, evitando doenças como a anencefalia e defeitos na coluna vertebral”.

Do Campus Nova Andradina, os acadêmicos de Agronomia Thais dos Santos e Emanuel da Silva apresentaram o trabalho Caracterização agromorfológica e avaliação de desempenho agronômico do milho-roxo da aldeia Tey Kue, localizada em Caarapó.

A ideia é tornar viável para pequenos produtores o cultivo desta espécie de milho, que só é encontrada naquele território indígena. Segundo a dupla, os indígenas realizaram, ao longo de gerações, uma seleção de sementes do milho que tornou a espécie única no mundo, com qualidade equivalente a milhos modificados geneticamente por grandes indústrias.

“O genótipo desse milho só é encontrado na aldeia. Nossa ideia é tornar o produto acessível aos pequenos produtores, pois ele pode ser tão eficiente no cultivo quanto os milhos híbridos vendidos no mercado”, explicou o estudante Emanuel da Silva.

“O genótipo desse milho só é encontrado na aldeia. Nossa ideia é tornar o produto acessível aos pequenos produtores, pois ele pode ser tão eficiente no cultivo quanto os milhos híbridos vendidos no mercado”, explicou Emanuel.

Thais acredita que o mercado, de uma forma geral, não tem interesse nesse tipo de pesquisa, mas que o trabalho continuará a ser feito mesmo assim. 

“Ninguém quer saber desse tipo de pesquisa, pois não interessa para o mercado. Não é o que dá dinheiro para as multinacionais. Nós gostamos do tema e dos benefícios que eles podem trazer”, resumiu a estudante, defendendo a ideia do projeto.

Semict - O evento proporciona intercâmbio entre estudantes, orientadores e os membros dos Comitês de Avaliação Interna e Externa, além de avaliar e acompanhar os Programas de Iniciação Científica e Tecnológica ofertados pelo IFMS.

Promovido anualmente desde 2013 pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (Propi), o evento já foi sediado em Coxim, Nova Andradina e Ponta Porã. Esta é a terceira vez que é realizado em Campo Grande.

Mais informações na página do Semict.