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Naviraí

Pesquisa busca auxiliar produtores na tomada de decisões

Com foco na cultura do café, projeto foi desenvolvido na Iniciação Científica do IFMS e publicado em uma revista internacional recentemente
por Cleyton Lutz publicado: 12/08/2021 08h01 última modificação: 12/08/2021 08h01

Buscando ajudar os produtores de café em suas tomadas de decisões e planejamentos agrícolas, um grupo composto por estudantes e professores do Campus Naviraí do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) publicou um estudo gerado a partir de uma pesquisa realizada na unidade. 

O artigo “Modelos agrometeorológicos não lineares podem estimar o enfolhamento do café?” (em tradução livre) foi publicado no mês de junho na revista científica internacional Journal of the Science of Food and Agriculture. O periódico é mantido pela Sociedade da Indústria Química (SCI, na sigla em inglês), fundada no século 19 em Londres e Nova Iorque, com membros registrados em mais de 70 países.  

A publicação possui Qualis A1, na classificação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação (MEC), voltada a periódicos de excelência internacional. 

O trabalho foi produzido a partir da pesquisa desenvolvida no projeto “Implementação das classificações climáticas de Köppen e Geiger (1928) e Camargo (1991) no Centro-Oeste do Brasil e suas aplicabilidades na agricultura”, contemplado no ciclo 2019-20 da Iniciação Científica e Tecnológica do IFMS, com a concessão de bolsas aos estudantes participantes. 

Outro artigo resultante do projeto também foi premiado internacionalmente no final do ano passado

O ponto de partida foi a perda das folhas do café causada pelo ataque de pragas e doenças, que reduz de maneira significativa a produção e a qualidade dos grãos. 

Com base em dados obtidos nas áreas experimentais da Fundação Procafé, que tem foco em pesquisas voltadas à cafeicultura, o artigo visa auxiliar os produtores, tentando amenizar os efeitos que as doenças trazem à cultura, uma vez que apresenta informações sobre o manejo das folhas e doenças que atacam o café nas regiões produtoras do país. 

Gráfico - café

Artigo busca auxiliar produtores de café na tomada de decisões e planejamento para a cultura - Imagem: Divulgação

Pesquisa – O artigo é assinado pelos docentes do Campus Naviraí, Lucas Aparecido, Guiherme Torsoni e José Reinaldo de Moraes, e pelos bolsistas João e Pedro Lorençone, acadêmicos da graduação em Agronomia.

“Locais com altas temperaturas do ar ao longo do ano tiveram baixo enfolhamento do café arábica. Portanto, esse dado pode ser estimado em graus-dia com exatidão e precisão através da temperatura do ar. Isso representa uma grande facilidade, porque o enfolhamento do café pode ser obtido usando apenas um termômetro”, explica o professor Lucas Aparecido, um dos orientadores do projeto. 

A equipe responsável pelo artigo é multidisciplinar e possui ainda pesquisadores e alunos do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IF Sul de Minas) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus Jaboticabal. 

O objetivo foi estimar o enfolhamento (quantidade de folhas) para regiões com maior produção da espécie café-arábica, utilizando modelos não lineares em função do clima, levando em consideração uma série histórica de 25 anos (1995-2019), em cultivos sem tratamento fitossanitário.  A análise da tendência de enfolhamento dos cafezais foi realizada a partir de graus-dia para 70 localidades.

“Locais com altas temperaturas do ar ao longo do ano tiveram baixo enfolhamento do café arábica. Portanto, esse dado pode ser estimado em graus-dia com exatidão e precisão através da temperatura do ar. Isso representa uma grande facilidade, porque o enfolhamento do café pode ser obtido usando apenas um termômetro”, explica Lucas Aparecido, um dos orientadores do projeto e docente de Agronomia da unidade. 

Iniciação científica – Os dois estudantes de graduação que atuaram como bolsistas de iniciação científica no projeto e participaram da autoria do artigo são os irmão João e Pedro Lorençone, de 19 anos. Atualmente no 4° semestre do curso, eles concluíram em 2019 o curso técnico integrado em Agricultura no campus. 

A experiência obtida com a participação em projetos de iniciação científica e os prêmios ganhos em eventos científicos desde o ensino médio têm sido, segundo João Antonio, diferenciais para a contribuição deles nos desenvolvimento da pesquisa.

“Participo de projetos de iniciação científica desde o segundo ano do ensino técnico integrado. Dessa forma, quando entrei no ensino superior já tinha uma base científica bem consolidada, conseguindo contribuir para o andamento das pesquisas e publicações resultantes delas”. 

A verticalização do ensino e sua integração com a pesquisa aplicada e a extensão tecnológica é um dos princípios do Instituto Federal. "Desde o início do curso técnico, eles foram nossos bolsistas de iniciação cientifica, demonstrando a importância da verticalização dos estudos, algo que o IFMS tem feito com excelência”, complementa Lucas.