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Projeto em Nova Andradina aborda carreira científica para mulheres

Em andamento no campus, iniciativa busca fomentar o debate entre as alunas da rede estadual de ensino do município
por Cleyton Lutz publicado: 15/04/2021 14h45 última modificação: 15/04/2021 14h50

Imagem - Instagram

Conteúdo para as redes sociais, divulgando trabalho de cientistas notórias, é uma das ações do projeto (Divulgação)

Destinado a debater e a incentivar o interesse das estudantes da educação básica da Rede Estadual de Ensino, para as áreas de ciência e tecnologia, o Campus Nova Andradina do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) promove desde o ano passado o projeto de extensão “De mulheres para meninas: tecendo redes e projetando carreiras na Ciência e Tecnologia”. 

Contemplada no edital n° 44/2020 – voltada ao apoio à participação e formação de mulheres extensionistas nas ciências exatas, engenharias, tecnologias e computação – a iniciativa se baseia em várias ações com o enfoque nas áreas de Agronomia e Análises de Sistemas, dois dos cursos de graduação ofertados na unidade. 

O projeto também busca aproximação entre a instituição e a comunidade externa por meio do intercâmbio de saberes. 

Entre as ações do projeto estão a produção de conteúdo, para divulgação em redes sociais e utilização em sala de aula, sobre mulheres que obtiveram papel de destaque na ciência; oficinas virtuais e transmissão ao vivo sobre temas relacionados às ciências agrárias e tecnologia; e entrevistas com servidoras do campus sobre suas experiências no mundo científico.

Também foi realizada uma mesa-redonda sobre o tema, ocorrida durante a última edição da Semana de Ciência e Tecnologia do IFMS. 

A coordenadora do projeto, Yasmine Theodoro, docente de Sociologia da unidade, destaca que a iniciativa se situa dentro de uma retomada histórica, sobretudo, nos últimos dez anos, que resgata e valoriza a atuação das mulheres cientistas como protagonistas. “Esse processo decorre dos avanços das lutas feministas e das políticas de educação para a equidade de gênero no país”. 

“No entanto, sabemos que há muito a ser feito, principalmente, quando analisamos a pequena quantidade de mulheres atuando nestas áreas. Por isso, esperamos que o projeto possa contribuir no sentido de oferecer instrumentos para uma educação pautada na equidade de gênero e que eles sirvam como válvulas impulsionadoras para tecer redes e construir carreiras de futuras cientistas”, explica. 

Entrevista - servidores

Iniciativa prevê entrevistas com servidoras do campus contando suas trajetórias científicas (Foto: Campus Nova Andradina)

Pesquisa – A equipe que atua no desenvolvimento do projeto é composta por 11 estudantes dos cursos técnicos integrados e de graduação, sendo três deles bolsistas de extensão. Participam ainda outros sete servidores do campus e dois professores da comunidade externa, vinculados à Escola Estadual Fátima Gaiotto Sampaio. 

Além de divulgar a trajetória das cientistas, o projeto coloca as participantes em contato com a carreira e produção acadêmica das personagens. 

Ana Cláudia dos Santos, 21, é uma das bolsistas. A acadêmica do 7° semestre de Agronomia cita o trabalho da pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maria de Fátima Grossi, e da matemática estadunidense, Gladys West, como os que mais chamaram sua atenção. 

“A primeira é uma grande pesquisadora sobre a resistência de doenças de plantas, enquanto que a segunda desenvolveu uma modelagem para criação do GPS. São mulheres que quebraram obstáculos e é sempre bom conhecer a história dessas cientistas”, comenta. 

Outra bolsista, Maria Rita Breve, 20, que cursa o 5° semestre em Agronomia, destaca a atuação da pioneira da pesquisa agropecuária brasileira e indicada ao Prêmio Nobel, Johanna Döbereiner, e da física brasileira, Sonia Guimarães, primeira negra a se tornar doutora na área no país. 

“A Johanna, por ser engenheira agrônoma e ter feito várias descobertas relacionadas a fixação biológica de nitrogênio em leguminosas, e a Sonia, por ser uma doutora em Física que luta até hoje pela igualdade de gênero no Brasil. Minha experiência tem sido enriquecedora, pois a cada pesquisa noto a importância das mulheres para a sociedade, não só como pesquisadoras, mas em todas as áreas em que elas podem atuar”, diz. 


Transmissão ao vivo

Transmissões ao vivo podem ser acompanhadas na página do projeto no Instagram (Divulgação)

Aulas – Além da produção de conteúdo para as redes sociais, o objetivo é que as pesquisas desenvolvidas sejam fornecidas como sugestão para utilização nas aulas da Escola Fátima Gaiotto. 

“A iniciativa é importante na integração entre o Instituto Federal e a rede estadual, motivando nossos alunos a participarem de uma atividade que foge a rotina deles, principalmente pelo tema ‘Mulheres na Ciência’. Sempre trabalhei com projetos na escola e fiz questão de que as alunas participassem, para que eles percebessem a contribuição que elas podem dar elas nesse meio”, ressalta Tamiles Fragnan, docente de Química da escola e que integra o projeto. 

Oficinas – Voltadas a conteúdos dos cursos de Agronomia e Análise e Desenvolvimento de Sistemas, elas buscam incentivar intercâmbio de saberes propiciado pela realização dos encontros virtuais. 

Organizadas pela professora de Agronomia, Karina Ducatti, e pela técnica em tecnologia da informação do campus, Yujuan Wang, elas abordarão temas relacionados às áreas como extração de DNA e clorofila, medição de pH do solo e prototipagem eletrônica na plataforma livre Arduíno. 

As oficinas são abertas a todos os interessados. O conteúdo do projeto pode ser conferido no Instagram e no canal no YouTube

Extensão – Por meio do edital destinado a participação e formação de mulheres extensionistas nas ciências foram selecionados nove projetos dos campi Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas, com fomento total de até 144 mil reais. 

Com enfoque nas Ciências Exatas, Engenharias, Tecnologias e Computação, tendo a participação de estudantes e da comunidade externa como público-alvo, os projetos serão desenvolvidos até o mês de setembro desse ano.

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