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Aqui Tem Ciência e Tecnologia

Pesquisas desenvolvidas em Campo Grande têm foco na qualidade de vida

Por meio da iniciação científica, estudantes do IFMS desenvolvem projetos relacionados a temas como inclusão e promoção da saúde.
por Paulo Gomes publicado: 27/08/2019 12h26 última modificação: 02/09/2019 16h20

Aqui tem Ciência e Tecnologia Campo Grande

Proporcionar qualidade de vida à população. Esse foi o enfoque de diversos projetos de pesquisa desenvolvidos no Campus Campo Grande do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) durante o ciclo 2018-2019 da iniciação científica. Entre os temas abordados estão inclusão social e e promoção da saúde de atletas.

O projeto “Medalha”, resultado de uma parceria entre o IFMS e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), presta atendimento multidisciplinar a atletas do estado. O objetivo é garantir saúde e, consequentemente, contribuir para a obtenção do máximo rendimento em nível competitivo.

“Com base no questionário aplicado, o sistema encaminha o atleta ao profissional de saúde que, na consulta, tem todas as informações sobre ele. Um histórico é gerado, possibilitando que os dados sejam acessados”, explicou o estudante que desenvolveu o site, Maycon Mota.

Para colocar a ideia em prática, o estudante Maycon Mota, do curso técnico integrado em Eletrotécnica, desenvolveu um site para divulgação do projeto e um sistema para coleta de dados e interação com os atletas.

O projeto, orientado pelos professores Fabrício Ravagnani e Jyian Yari, possibilita a oferta de um serviço gratuito aos atletas e, ao mesmo tempo, a coleta de dados que podem ser utilizados em pesquisas na área. Para receber atendimento, prestado por professores e acadêmicos da UFMS, é preciso ter mais de 15 anos e ser filiado à federação do esporte que pratica.

“O atleta tem acesso a médicos, nutricionistas, dentistas, profissionais da área da Educação Física, psicólogos e fisioterapeutas. Inicialmente, ele responde um questionário. Com base nas respostas, o sistema o encaminha para o profissional recomendado que, na consulta, já tem todas as informações sobre o atleta. Ainda é gerado um histórico, possibilitando que outros profissionais tenham acesso aos dados”, explicou Maycon.

Mais de 250 atletas já foram atendidos em Campo Grande. Alguns, segundo o estudante, tiveram acesso gratuito a tratamentos que, em clínicas particulares, custariam cerca de R$ 5 mil.

Recentemente, o projeto foi ampliado e outros estudantes passaram a desenvolver novas ferramentas para o sistema. “Esses outros bolsistas são alunos do IFMS, que fazem parte do Núcleo Tecnológico para o Esporte, criado depois que iniciamos o projeto”, concluiu o estudante.

O projeto já recebeu prêmios na Feira de Ciências e Tecnologia de Campo Grande (Fecintec) e foi credenciado para a Mostra Brasileira e Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) e para a Feira de Ciência e Tecnologia para Atividade Física e Saúde (Fecintafs).

Outra vitória importante para o estudante é a conquista do mercado de trabalho. "Hoje, faço estágio remunerado em uma empresa graças ao conhecimento que a iniciação científica me trouxe", comemorou Maycon.

Projeto de Xadrez para Deficientes VisuaisEstudantes desenvolveram um tabuleiro de xadrez para deficientes visuais

Inclusão – Permitir que pessoas com deficiência visual joguem xadrez. Esse é o objetivo do projeto “Lazer Inclusivo: Tabuleiro de Xadrez”, desenvolvido pelas estudantes Cíntia de Andrade e Isabelle de Araújo, do curso técnico integrado em Informática. As jovens são orientadas pelos professores Célio Pinheiro e Paulo Braga.

As estudantes explicam que o tabuleiro permite ao deficiente visual identificar as peças pelo tato.

“O tabuleiro possui as casas pretas mais elevadas do que as brancas e furos cônicos para o encaixe das peças. Além disso, desenvolvemos um sistema que mostra ao jogador onde as peças estão”, explicou Cíntia de Andrade, estudante que criou um tabuleiro de xadrez para deficientes visuais.

“O tabuleiro possui as casas pretas mais elevadas do que as brancas e furos cônicos para o encaixe das peças, que foram inspiradas nas originais, mas possuem um formato simplificado. Além disso, desenvolvemos um sistema que mostra ao jogador onde as peças estão”, explicou Cíntia.

Recentemente, o projeto conquistou o segundo lugar na Feira de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fetec/MS).

Outra pesquisa do campus premiada na Fetec foi o “Núcleo de Animação e Roteiro (NuAr)”. Ao aliar Informática e Língua Portuguesa, o projeto fomenta que os estudantes produzam vídeos. Os participantes ainda compartilham o que aprendem com a oferta de oficinas para a comunidade. A ideia conquistou o primeiro lugar na área de Linguística.

Representado na feira pelos estudantes do curso técnico integrado em Informática Amanda Theodoro, Arthur Bastos e Gustavo Oliveira, o grupo tem ao todo 17 participantes e é orientado pelas professoras Marta Luzzi e Cláudia Fernandes. “Por ser interdisciplinar nós desenvolvemos tanto a parte mais literária, quanto a tecnológica”, informou Amanda.

Projeto NuarProjeto Nuar conquistou primeiro lugar na área de Linguística da Fetec/MS

Campus Campo Grande - Pesquisa em Números (2014 – 2019)*

Estudantes que desenvolveram pesquisa no campus 190
Prêmios Conquistados em feiras externas (Fetec/MS, Mostratec, Febrace e Intel ISEF) 065
Projetos apresentados na Fecintec 563
Projetos apresentados no Seminário de Iniciação Científica (Semict) 009
Projetos apoiados com bolsas e custeio 073
Estudantes apoiados com bolsas CNPq e IFMS 120
Total de Investimentos no ciclo 2018-2019 R$ 25.654,00

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (Propi)

Desde 2014, os projetos de pesquisa desenvolvidos no Campus Campo Grande receberam 65 prêmios em feiras estaduais, nacionais e internacionais.

Só no ciclo 2018-2019, mais de 190 estudantes participaram das pesquisas. Desses, 63% receberam bolsas e ajuda de custo para a execução dos projetos. Os recursos auxiliam na realização do trabalho e na permanência em sala de aula, servindo de incentivo para que o aluno prossiga com os estudos.

"Como pesquisador, o estudante se percebe como parte integrante de uma comunidade e encontra um caminho para vislumbrar um futuro melhor para si e para a própria sociedade”, afirmou a coordenadora de Pesquisa e Inovação do Campus Campo Grande, Marta Luzzi.

A coordenadora de Pesquisa e Inovação do campus, Marta Luzzi, lembra que a iniciação científica traz resultados que vão além dos números.

“A parceria entre professores e estudantes, a busca de ideias para ajudar a quem precisa, o conhecimento sobre ética na pesquisa e nas relações, a dedicação que a ciência exige. Esse conjunto de fatores contribui para que o estudante cresça e se aprimore como cidadão. Como pesquisador, ele se percebe como parte integrante de uma comunidade e encontra um caminho para vislumbrar um futuro melhor para si e para a própria sociedade”, afirmou.

Fecintec – Como parte da programação da Semana de Ciência e Tecnologia, o Campus Campo Grande realiza anualmente a Feira de Ciência e Tecnologia de Campo Grande (Fecintec).

As inscrições para a edição 2019 seguem abertas até 2 de setembro. Podem participar estudantes de escolas públicas e privadas dos municípios de Bandeirantes, Campo Grande, Corguinho, Jaraguari, Nova Alvorada do Sul, Ribas do Rio Pardo, Rochedo, Sidrolândia e Terenos.

Os trabalhos devem ser submetidos pelo orientador. O sistema de submissão está disponível na Central de Seleção do IFMS, onde está publicado o edital com as regras de participação na feira.

Investimentos - No ciclo 2018-2019 da iniciação científica, o IFMS investiu um montante de R$ 564.540,39 para o desenvolvimento de 178 projetos de pesquisa nos dez campi. Parte dos 405 estudantes envolvidos com os estudos recebeu bolsas, cujos recursos são provenientes tanto do orçamento próprio do IFMS quanto do CNPq.

Para o ciclo 2019-2020 da iniciação científica, foram selecionadas 211 propostas de projetos de pesquisa com a participação de 497 estudantes do IFMS. Desse total, 218 deverão ser contemplados com bolsas.

As pesquisas serão desenvolvidas entre agosto deste ano e julho de 2020, gerando produtos ou processos com foco na busca por soluções criativas e inovadoras a problemas da sociedade. São protótipos, dispositivos, planos de ação, manuais, cartilhas, softwares, sites, aplicativos, procedimentos, entre outros exemplos.